Felicitações a Merkel
28 de setembro de 2009As congratulações pela reeleição de Angela Merkel vieram de quase todas as partes do mundo. Fazendo jus ao apelido de Speedy (ligeirinho), o presidente francês Nicolas Sarkozy se apressou em cumprimentar, já na noite de domingo, a atual chefe alemã de governo Angela Merkel por sua reeleição.
Apenas 1h40min após o encerramento dos locais de votação, Sarkozy já felicitava Merkel por sua vitória, mesmo antes do anúncio do resultado oficial. O presidente francês transmitiu a Merkel seus "mais calorosos cumprimentos" e saudou a "relação única" existente entre os dois países, em carta, ao fim da qual escreveu "teu amigo" à mão.
A vitória de Merkel foi vista de forma menos eufórica, no entanto, pelos socialistas franceses, que também estão em crise. O especialista em assuntos europeus dos socialistas franceses, Jean-Cristophe Cambadélis, falou de um "dia negro para a social-democracia". Por outro lado, os bons resultados do partido A Esquerda da Alemanha animaram os esquerdistas franceses.
Obama e Brown
Também na noite das eleições de domingo, o presidente norte-americano Barack Obama telefonou para congratular Angela Merkel. Porém seus votos de saudação pela vitória tiveram um tom mais sóbrio do que os de Sarkozy.
Segundo a Casa Branca, "o presidente e a premiê Merkel estão de acordo que, com um governo alemão forte, a cooperação entre os dois países será melhor e mais profunda".
Obama disse estar contente com a continuidade da estreita cooperação com Merkel com vista à superação das dificuldades que virão nos próximos anos. "Os EUA e a Alemanha são aliados próximos e parceiros no fomento da liberdade, segurança e bem-estar em todo o mundo", acrescentou a Casa Branca.
O primeiro-ministro britânico Gordon Brown, por sua vez, reagiu de forma antes prática. Na noite de domingo, uma porta-voz de Brown afirmou que o premiê britânico "estaria contente com a continuação da estreita relação de trabalho". Gordon Brown, do Partido Trabalhista, não se encontra, tradicionalmente, tão próximo de Merkel como os chefes de governo europeus conservadores.
"Italianização" da Alemanha
Entre os conservadores, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi falou de um "sucesso para toda a família dos povos europeus". Em telefonema a Merkel, o gabinete de Berlusconi afirmou que o premiê italiano ressaltou o dever e a visão de "construir uma Europa forte e unida, capaz de enfrentar os desafios atuais e futuros".
O diário Corriere della Sera, de Milão, afirmou ver na vitória de Angela Merkel uma "italianização" da Alemanha, que se desenvolveu de sistema bipartidário para um sistema multipartidário.
Posições europeias
Por respeitar estritamente a neutralidade, a Comissão Europeia não comenta, em princípio, eleições nos diferentes países-membros. Um porta-voz declarou apenas que o presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, iria congratular o novo governo alemão assim que este estivesse oficialmente no poder.
No entanto, Fredrik Reinfeldt, primeiro-ministro conservador da Suécia, país que atualmente ocupa a presidência temporária da União Europeia, declarou-se à mídia sueca bastante aliviado com o fim da coalizão entre conservadores cristãos e social-democratas no governo alemão.
Segundo Reinfeldt, "a Alemanha foi bastante atingida pela crise financeira na Europa. O país tem um grande déficit público e uma grande demanda por reformas, sobre as quais o casamento forçado de uma ampla coalizão discutiu, mas que enfrentou só em parte. Acredito que os alemães elegeram um governo de reforma, que reforçará a competitividade econômica do país".
Reinfeldt declarou ainda nesta segunda-feira que, na qualidade de "uma das estrelas mais reluzentes na Europa", Angela Merkel teria sido decisiva para o resultado eleitoral.
Afeganistão e Irã
Votos de congratulação vieram até do Afeganistão, onde os soldados alemães estão em guerra contra o terrorismo, tornando-se tema de campanha eleitoral nas últimas semanas. O presidente Hamid Karzai, cuja reeleição denegrida por acusações de fraude ainda não foi oficializada, disse esperar que, sob o novo governo, "as relações históricas e amistosas" entre a Alemanha e o Afeganistão continuem a crescer. Karzai desejou bem-estar e sucesso ao povo alemão durante o segundo mandato de Merkel.
Entre os que preferiram não cumprimentar Merkel, está o presidente iraniano, o ultraconservador Mahmud Ahmadinejad, o qual a premiê alemã tampouco saudara por sua controvertida reeleição em junho último.
CA/dpa/ap/dw
Revisão: Augusto Valente