Macron busca apoio de Merkel para reformas na UE
19 de abril de 2018A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, se reúnem nesta quinta-feira (19/04) em Berlim para buscar posições comuns sobre reformas na zona do euro, um tema bastante sensível e que impõe desafios ao novo governo alemão.
Merkel e Macron parecem confiar um no outro, mas não escondem suas divergências em alguns pontos. Ambos sabem que a Europa não avançará sem uma colaboração próxima entre ambos os países, motivo pelo qual buscam terreno comum em questões como a União Econômica e Monetária (UEM) e as políticas financeiras do bloco.
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Sinalizando a baixa expectativa de avanços significativos no encontro desta quinta-feira, Merkel disse que se tratará de "mais um bloco de construção" na estrada para encontrar "soluções comuns" antes do próximo encontro de cúpula da União Europeia (UE), nos dias 28 e 29 de junho. A líder alemã está sob forte pressão de sua base conservadora para não se comprometer com reformas europeias que saiam às custas dos contribuintes alemães.
Em discurso inflamado ao Parlamento Europeu nesta terça-feira, Macron defendeu as reformas na zona do euro afirmando que são "indispensáveis", além de defender a democracia liberal frente a tendências autoritárias em alguns países do bloco.
Mesmo assim, muitos acreditam que suas palavras não tenham surtido um grande efeito em Berlim. "Macron é como um pretendente que tenta conquistar sua amada, até fazendo serenatas sob a sacada, mas acaba se deixando enganar por trivialidades", afirmou o jornal alemão de finanças Handelsblatt.
Entre as ideias de Macron está a de transformar o fundo de resgate financeiro da UE em um Fundo Monetário Europeu, que serviria para amortecer futuras crises financeiras no bloco. Ele propõe a criação de um Ministério das Finanças da UE e chegou a sugerir a definição de um orçamento na zona do euro.
Na terça-feira, Merkel disse que a criação da UEM é uma de suas prioridades. Ela, porém, ampliou a questão da reforma do bloco para incluir uma política europeia de asilo, além de políticas externas, de defesa e de pesquisa científica, arriscando diluir as intenções de Macron.
A chanceler federal alemã também quer fazer da competitividade econômica uma das prioridades para a zona do euro, em vez de simplesmente reservar fundos para os países que atravessem dificuldades.
Alemanha e França, responsáveis por cerca de 50% da produção europeia, costumam dar demonstrações de unidade política e de compartilhar das mesmas intenções, mas o problema frequentemente está nos detalhes.
RC/afp/rtr/dw
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