Maduro descarta renúncia como saída para crise
13 de novembro de 2016O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou neste domingo (13/11) que rejeita novas eleições como uma saída para a crise que levou à escassez generalizada, inflação galopante e protestos em massa no país sul-americano.
"Uma saída eleitoral? Saída de quê?", indagou. "Ninguém deve ficar obcecado com processos eleitorais que não estão na Constituição", afirmou o presidente venezuelano.
Diante do caos na Venezuela, o governo venezuelano e a oposição chegaram a um acordo na noite de sábado para trabalhar conjuntamente, com vista à recuperação da economia e ao combate à insegurança. As conversações foram mediadas pelo Vaticano e pela Unasul (União das Nações Sul-Americanas).
No entanto, a legenda Vontade Popular (VP), partido político fundado e liderado pelo opositor preso Leopoldo López, questionou neste domingo os acordos alcançados na mesa de diálogo e instou o Parlamento, de maioria opositora, a retomar o "julgamento político" contra o presidente Nicolás Maduro.
Por meio de um comunicado, o VP declarou que o processo de diálogo – no qual participam representantes do governo e da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) – até agora foi "inoficioso" e não resolve "a principal aspiração do povo venezuelano: escolher um novo governo".
"Conviver em paz"
Nicolás Maduro considerou que os resultados do diálogo entre seu governo e a oposição, pelo qual ambos se comprometem a trabalhar juntos em diversas questões, foram "excelentes avanços para a paz e a prosperidade do país".
Em sua conta no Twitter, Maduro publicou o texto completo dos acordos fechados entre as duas partes e pediu para lê-los e difundi-los.
Na declaração conjunta estipulada na reunião de sábado em Caracas, denominada "Conviver em paz", o governo e a oposição se comprometeram a "liderar uma grande mobilização nacional a favor da concórdia, do reconhecimento mútuo e da paz".
Neste sentido, o governo e a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) fizeram um apelo para que essa declaração seja apoiada pelas forças políticas, instituições públicas, organizações sociais, veículos de comunicação, universidades, comunidades religiosas, centros educacionais e pela sociedade em geral.
CA/efe/afp