Maduro diz que EUA violou espaço aéreo da Venezuela
18 de maio de 2016O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (17/05) que um avião militar americano "com capacidades técnicas letais" entrou ilegalmente no espaço aéreo da Venezuela na semana passada. O líder anunciou ainda que apresentará um protesto formal sobre o caso.
Segundo Maduro, a Força Aérea da Venezuela detectou duas incursões ilegais no espaço aéreo do país, nos dias 11 e 13 de maio. A aeronave seria um Boeing 707E3 Sentry, que, de acordo com o presidente, "possui todos os mecanismos para a espionagem".
Maduro acrescentou que esse modelo de avião é usado pelos Estados Unidos "para apoiar comunicações de grupos armados em zonas de guerra ou para preparar ações para desativar equipamentos eletrônicos do governo ou das Forças Armadas".
O presidente disse que a Força Aérea venezuelana interceptou a aeronave, obrigando-a a abandonar o país, e destacou que vai "protestar severamente junto ao governo dos EUA".
"Questão de tempo para que o Parlamento desapareça"
Em entrevista um dia depois de ter oficializado um estado de exceção e emergência econômica no país, Maduro falou ainda sobre o duro conflito de poderes que vem adiando as soluções para a crise econômica na Venezuela.
Falando em Caracas, no palácio presidencial de Miraflores, o presidente previu o iminente fim do Parlamento, dominado pela oposição. "A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela perdeu vigor político. É questão de tempo para que desapareça", disse.
O líder socialista não deu mais detalhes sobre o que poderia acontecer com a legislatura, embora no mês passado tenha ameaçado uma emenda constitucional para cortar o mandato de cinco anos na Assembleia.
"A AN está desligada dos interesses nacionais. Tenho certeza que [os parlamentares] vão negar o decreto porque querem acabar com a vida econômica do país", frisou Maduro, referindo-se ao estado de exceção, que precisa da aprovação do Parlamento e da Suprema Corte para entrar em vigor.
O presidente venezuelano denunciou ainda que "um cenário de violência foi montado para justificar uma intervenção estrangeira" e acusou a imprensa internacional de apoiar os grupos da "direita" que procuram acabar com a paz no país.
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