Maduro fecha mais um trecho da fronteira
8 de setembro de 2015O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, em reunião de gabinete transmitida pela televisão na noite desta segunda-feira (07/09), que ordenou o fechamento da fronteira com a Colômbia no estado de Zulia. O presidente também declarou estado de emergência em três cidades do mesmo estado e informou que enviou 3 mil soldados adicionais à região.
Trata-se da mais recente manobra do que Maduro classifica como repressão contra o contrabando de alimentos subsidiados da Venezuela para a Colômbia. O presidente venezuelano começou a fechar a divisa entre os dois países em meados de agosto, após três homens armados, não identificados, atacarem um posto de fronteira venezuelano, ferindo três militares e um civil.
Ao mesmo tempo, Maduro mostrou-se favorável ao diálogo com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos. "Aceitei a mediação do Brasil e da Argentina, que propuseram uma reunião em Manaus ou Buenos Aires", disse durante a reunião no Palácio Presidencial de Miraflorres.
O presidente venezuelano salientou que vários "irmãos", como os presidentes equatoriano, Rafael Correa, panamenho, Juan Carlos Varela, e uruguaio, Tabaré Vázques, se colocaram à disposição para ajudar nas negociações entre Caracas e Bogotá.
Dirigindo-se diretamente ao presidente colombiano, o líder venezuelano expressou o interesse completo na abertura do diálogo. "Aceitei de boa vontade falar com você. Se quiser, amanhã mesmo. Se você me chamar agora, quando terminar este programa, vamos nos ver amanhã a hora que você disser, onde você disser."
Maduro propôs um diálogo "respeitoso", à altura dos dois chefes de Estado, mas "sem condições" por parte da Colômbia. "Aqui, o único que pode estabelecer condições sou eu, porque vocês são os agressores."
Maduro fez o anúncio pouco depois de Santos aceitar a oferta do Uruguai de mediar a crise fronteiriça e facilitar o diálogo. O presidente venezuelano reiterou o pedido ao governo colombiano para que combata os paramilitares na fronteira e acabe com o contrabando.
Refugiados bem-vindos
Maduro também anunciou que seu país está pronto para receber refugiados da guerra na Síria. "Eu quero que 20 mil sírios, famílias sírias, venham à Venezuela e compartilhem esse país em paz", disse Maduro, destacando que a Venezuela já abriga uma "grande comunidade síria".
O líder venezuelano também reiterou seu apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, o qual descreveu como "o único líder com autoridade na Síria". Isso apesar do fato de parte do território do país estar sob controle dos extremistas do "Estado Islâmico" (EI) e de outros grupos rebeldes.
MP/dw/efe/afp/ap