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Mais de 100 mortos em ataque aéreo saudita no Iêmen

1 de setembro de 2019

Pelo menos sete mísseis atingiram centro de detenção houthi ao sul da capital Sana. Conflitos já causaram milhares de mortes no país e, segundo a ONU, a maior crise humanitária do mundo.

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Trabalhador de macacão e capacete de proteção examina destroço
Procura por corpos e sobreviventes prossegue em DhamarFoto: picture-alliance/dpa/AP/H. Mohammed

No mínimo 100 prisioneiros de um centro de detenção dos rebeldes houthis do Iêmen morreram neste domingo (01/09) em ataques aéreos da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita contra a cidade de Dhamar, ao sul da capital Sana, informou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC).

O porta-voz do Ministério da Saúde do governo rebelde iemenita, Yusuf al Haderi, afirmou à agência de notícias Efe que 170 detentos eram mantidos no local. Segundo ele, a prisão foi atingida por um mínimo de sete mísseis disparados pela coalizão árabe.

Pelo menos 40 sobreviventes estão sendo tratados em hospitais da cidade. O ICRC afirmou que equipes de resgate estão recolhendo os corpos e "trabalhando incansavelmente para encontrar sobreviventes sob os destroços", embora ressalvando que as chances de encontrar algum são muito limitadas.

A coalizão árabe, que luta contra os houthis desde março de 2015 e apoia o presidente deposto do país, Abdo Rabbo Mansour Hadi, afirmou ter destruído uma instalação onde os rebeldes armazenavam drones e mísseis. A aliança militar não informou se houve vítimas no ataque, nem confirmou ter atingido um centro de detenção.

Segundo Al Haderi, os detentos eram "prisioneiros de guerra" capturados pelos houthis durante os confrontos contra as forças leais ao governo de Hadi. O prédio atingido é uma universidade utilizada pelos houthis como centro de detenção para opositores, incluindo civi.

Dhamar fica no sudoeste iemenita, a cerca de 100 quilômetros de Sana, a qual foi tomada pelos houthis em 2014. Com a queda da capital, Hadi foi obrigado a se exilar em Riad e a mudar para Áden a sede do governo reconhecido internacionalmente do país.

Meses após a deposição de Hadi, a Arábia Saudita decidiu criar uma coalizão para intervir no Iêmen. Os confrontos já fizeram milhares de vítimas e tornaram o país palco da pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.

Os houthis, que contam com o apoio do Irã, controlam a maior parte das regiões mais populosas do Iêmen e lançam diariamente ataques com drones contra a Arábia Saudita. Os principais alvos dos rebeldes são os aeroportos do país vizinho.

A coalizão árabe, por sua vez, já foi denunciada por organizações humanitárias de realizar massacres de civis em áreas residenciais do Iêmen e de usar armas proibidas por tratados internacionais, como bombas de fragmentação.

AV/efe,afp,rtr

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