Mais de 103 mil migrantes atravessam Mediterrâneo em 2015
9 de junho de 2015Desde janeiro, mais de 103 mil migrantes arriscaram suas vidas na travessia do Mar Mediterrâneo para tentar chegar à União Europeia (UE), afirmou nesta terça-feira (09/06) a agência da ONU para refugiados (Acnur) ao relatar um aumento preocupante nesse fluxo migratório.
Segundo o porta-voz da agência Adrian Edwards, a Acnur está "intensificando sua presença na Grécia e no sul da Itália, em resposta ao aumento dramático de refugiados e migrantes que vemos chegando".
Somente nos últimos dias, navios europeus resgataram mais de 6 mil pessoas no Mediterrâneo. A grande maioria era de países da África subsaariana e partiram da Líbia em direção à Europa.
De acordo com a Organização Internacional de Migração (OIM), cerca de 54 mil migrantes chegaram à Itália neste ano, um aumento de aproximadamente 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
No entanto, a situação é mais preocupante na Grécia. Até o início de junho mais de 48 mil migrantes chegaram ao país. Um número bem maior do que o total registrado em 2014, que foi de 34 mil. A Espanha e Malta também são pontos de chegada de refugiados.
Tendência de aumento
Com o crescimento do fluxo migratório, as mortes em massa no Mediterrâneo também têm se tornado frequentes. A OIM estima que mais cerca de 1,8 mil migrantes já perderam a vida este ano, na tentativa de atravessar a região – 30 vezes mais do que no mesmo período de 2014.
A organização prevê ainda que o fluxo deve permanecer intenso durante o verão, devido às condições climáticas e à calma do Mar Mediterrâneo. "As operações de regaste realizadas pela frota internacional são um prelúdio do que é esperado ser a onda migratória nos próximos meses", afirmou o porta-voz da OIM Joel Millman.
A maioria dos migrantes está fugindo de conflitos na Síria, Líbia e Afeganistão e também do regime totalitário da Eritreia.
CN/afp/dpa