Mais de 25% da população alemã tem origem estrangeira
13 de abril de 2022Uma pesquisa aponta que 27,2% dos habitantes da Alemanha não nasceu no país ou tem raízes estrangeiras, com pelo menos um dos pais vindo do exterior. O estudo foi divulgado nesta terça-feira (12/04) pelo Destatis, o Escritório Federal Alemão de Estatística, ligado ao Ministério do Interior.
Levando em conta que o país tem em torno de 82 milhões de habitantes, a pesquisa sugere que até 22,3 milhões nasceram no exterior ou têm raízes estrangeiras. Este é o maior número desde que o estudo começou a ser publicado, em 2005.
Em 2018, por exemplo, esse número estava na casa dos 20,8 milhões.
De onde vêm os imigrantes?
A maioria dos habitantes do país com origem migratória vem de países europeus e asiáticos. Cerca de 7,5 milhões têm vínculos com outras nações da União Europeia; 3,5 milhões com o Oriente Médio, e 1,1 milhão com a África.
A Turquia é o maior país de origem desta parcela da população alemã, com 12% do total, seguida pela Polônia (10%), e Rússia (6%).
De acordo com a pesquisa, o alemão é a principal língua falada em casa por 46% da população de origem migratória, seguida pelo turco (8%), russo (7%) e árabe (5%).
E os refugiados vindos da Ucrânia?
O relatório ainda não inclui as mudanças desencadeadas pela invasão russa à Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro e, segundo estimativas da ONU, já deslocou mais de 11 milhões de pessoas, 4,5 milhões delas para outros países, incluindo a Alemanha.
Conforme números divulgados do ano passado, pouco mais de 300 mil ucranianos viviam no país. Desde o início da guerra, mais de 335 mil refugiados vindos da Ucrânia chegaram à Alemanha.
Isso significa que em menos de dois meses a quantidade de ucranianos vivendo na Alemanha mais do que duplicou. O número real, porém, tende a ser maior, uma vez que os refugiados podem ingressar no território alemão sem necessidade de visto.
A economia alemã tem sido bastante dependente de trabalhadores estrangeiros há décadas. Nos últimos anos, novos projetos de lei foram criados e aprovados a fim de facilitar a migração para o país.
Em contrapartida, políticos alemães e da UE buscam reprimir a imigração ilegal principalmente da África e do Oriente Médio, o que tem levantado acusações de racismo em face à solidariedade oferecida aos refugiados que agora chegam da Ucrânia.
gb/cn (DW)