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Mais um cubano deixa o Mais Médicos

Roberto Crescenti10 de fevereiro de 2014

Ortelio Jaime Guerra, que trabalhava no interior de São Paulo, anuncia pelo Facebook que fugiu para os Estados Unidos, mas não dá detalhes. É o segundo caso de deserção enfrentado pelo programa do governo brasileiro.

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Cubanos recebem instruções e aulas de português sobre o Mais MédicosFoto: Elza Fiuza Cruz/ABR

O médico cubano Ortelio Jaime Guerra anunciou nesta segunda-feira (10/02), por sua página no Facebook, que abandonou o programa Mais Médicos. Ele trabalhava no pequeno município de Pariquera-Açu, no interior de São Paulo, e disse que fugiu para os Estados Unidos.

Guerra é o segundo caso de abandono do programa por um cubano. O primeiro foi o de Ramona Matos Rodriguez, que trabalhava na cidade de Pacajá (PA) e deixou o Mais Médicos dizendo ter sido enganada. Ela entrou com pedido de refúgio para continuar no Brasil e, ao mesmo tempo, solicitou visto aos EUA.

O médico cubano não explicou as razões de ter abandonado o programa. Os EUA, onde ele já se encontra, possuem um programa de vistos especiais para profissionais de medicina de Cuba em missão no exterior que não desejam voltar à ilha caribenha.

"Meus amigos de Pariquera-Açu, saibam que tive que ir embora de lá sem falar com ninguém por questões de segurança", escreveu o médico na madrugada de segunda-feira, em portunhol. "Estou bem, agora nos Estados Unidos."

O médico disse também que considera a atitude necessária, mas que sempre terá orgulho de Cuba – "de minha terra e minhas raízes", escreveu. Guerra comentou que uma foto, postada no dia 2 deste mês, foi tirada em uma de suas últimas noites em São Paulo. A data exata em que partiu para os EUA não é mencionada.

Ramona Matos Rodriguez
Ramona Matos Rodriguez, a primeira médica caubana abandonar o programa do governoFoto: Agência Brasil

A Secretaria de Saúde de Pariquera-Açu e o Ministério da Saúde confirmaram a saída do médico, um dos cerca de 7.400 cubanos participantes do programa do governo federal. Os dois órgãos, no entanto, não deram mais informações sobre o caso.

Além das deserções, o programa apresenta problemas em questões de alojamento, alimentação e transporte aos profissionais, que competem aos municípios. Segundo o Ministério da Saúde, foram apontadas irregularidades em 37. Delas, 27 regularizaram a situação.

RPR/ abr/ efe/ rtr