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Milhares marcham por Nisman em Buenos Aires

19 de fevereiro de 2015

Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas da capital argentina para homenagear Alberto Nisman, morto em circunstâncias misteriosas há exatamente um mês. Governo fala em tentativa de golpe.

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Cartazes pedindo justiça são exibidos pelos manifestantes nas ruas de Buenos AiresFoto: Getty Images/AFP/J. Mabromata

Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Buenos Aires nesta quarta-feira (18/02) numa passeata em homenagem ao promotor Alberto Nisman, que morreu há um mês em circunstâncias ainda não esclarecidas, depois de denunciar a presidente Cristina Fernández de Kirchner.

A multidão se concentrou nos arredores do Parlamento de Buenos Aires e, mesmo sob chuva, marchou até a famosa Praça de Maio, em frente à sede do governo argentino. Manifestações similares aconteceram em outras grandes cidades do país. Todas transcorreram de forma pacífica.

Na capital, os organizadores estimaram o número de participantes em 300 mil. O jornal Clarín, de oposição ao governo, noticiou que 260 mil pessoas participaram da chamada Marcha do Silêncio, citando como fonte a Polícia Metropolitana.

À frente da marcha estavam promotores e a família de Nisman, que convocaram a manifestação. A eles se uniram vários líderes da oposição a Kirchner, que finaliza seu mandato em dezembro. O governo criticou a marcha, advertindo que se trata de uma manifestação política contra o governo e uma tentativa de golpe de Estado.

Cristina Fernandez de Kirchner
Morte do promotor abriu crise política para KirchnerFoto: Reuters/E. Marcarian

A denúncia de Nisman contra a presidente, o chanceler Héctor Timerman e outros dirigentes do partido do governo abriu uma crise política a menos de dez meses do final de mandato de Kirchner. Ela foi acusada de acobertar os supostos autores de um atentado contra uma instituição judaica, em 1994, que deixou 85 mortos e centenas de feridos.

Poucos dias depois de fazer a denúncia, Nisman foi encontrado morto no seu apartamento. Os investigadores falam em suicídio. Na semana passada, o novo promotor encarregado do atentado de 1994 indiciou os acusados, incluindo a presidente, dando início a uma investigação.

AS/dpa/rtr