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Meio ambiente é maior orgulho nacional para 58% dos brasileiros

Nádia Pontes18 de novembro de 2014

WWF encomendou pesquisa ao Ibope, depois de perceber que as questões ambientais ficaram de fora do debate eleitoral este ano. Para a maioria do entrevistados, preservação é responsabilidade do governo.

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Foto: picture-alliance/dpa

O brasileiro admira o meio ambiente do país. Uma pesquisa feita pelo Ibope, a pedido do WWF, indica que, para 58% dos entrevistados, a riqueza natural do Brasil é a maior razão de orgulho nacional. As áreas verdes naturais competiram numa lista que incluía a diversidade cultural da população, esporte, qualidade de vida e o fato de o Brasil ser um país pacífico.

Umas das motivações para a realização pesquisa, divulgada nesta terça-feira (18/11), foi o recente debate eleitoral no país. "Achamos que a agenda ambiental foi pouco tratada", avalia Maria Cecília Wey de Brito, secretária-geral do WWF no Brasil.

A organização quis então "medir" a importância que esse tema tem entre a população. Brito avalia que os políticos ainda não percebem que a proteção ambiental é uma expectativa nacional – e o quanto o meio ambiente pode beneficiar o país.

As entrevistas do Ibope foram feitas com 2002 pessoas nas duas últimas semanas de outubro. Os entrevistados eram homens e mulheres acima de 16 anos com diferentes rendas familiares, e puderam escolher mais de uma alternativa dentre as opções listadas – por isso a soma do total ultrapassa os 100%.

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Meio ambiente na vida urbana

De cada 10 entrevistados, oito consideram que a natureza não está protegida de forma adequada. Dentre os problemas, desmatamento das florestas (27%) e poluição dos rios (26%) são apontados como maiores ameaças. Apenas 13% sinalizaram as mudanças climáticas e o aquecimento global como grandes vilões.

Para 74% dos ouvidos, é papel do governo resolver essa questão. A responsabilidade seria dos cidadãos para 46%. As ONGs também foram citadas: elas têm papel importante na hora de cuidar das unidades de conservação para 20% das pessoas que participaram do estudo.

Ao mesmo tempo, Brito avalia que poucos cidadãos entendem corretamente o termo "meio ambiente". "As pessoas acham que meio ambiente está lá na Amazônia, lá longe. Muitas não entendem que o que elas fazem aqui tem influência lá e em outros lugares".

A definição do termo inclui não apenas a natureza intocada, mas o ambiente onde se vive e todas as interações que acontecem nele, inclusive nas cidades. Ações corriqueiras da vida urbana, como jogar lixo no local adequado, poluir o mínimo possível e economizar os recursos naturais – como a água – também significam cuidar do meio ambiente.

Diversas análises científicas já demonstraram como áreas protegidas ajudam a conservar os recursos naturais básicos para a sobrevivência, como a água. Florestas e outros ecossistemas atuam ainda no equilíbrio do clima, influenciam o regime de chuvas e ajudam a reter a água no solo e disponível para o uso humano.

Papel das áreas protegidas

Na pesquisa do Ibope, os itens mais citados como benefício oferecido pelas áreas protegidas foram a proteção da biodiversidade e a manutenção de rios e nascentes. Os cidadãos das regiões Norte e Centro Oeste do país são os que mais sabem sobre parques nacionais, áreas protegidas e unidades de conservação.

Embora o Brasil seja um dos maiores detentores de áreas protegidas no mundo – com mais de duas mil – o país ainda não é uma referência quando se trata da manutenção dessas zonas. Ele ficou de fora da primeira "Lista Verde" de áreas protegidas feita pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), a mesma que mantém a Lista Vermelha de espécies ameaçadas.

O ranking de bons exemplos foi divulgado durante o congresso sobre o tema, que acontece a cada dez anos, e segue até esta quarta-feira na Austrália. Na América Latina, três parques na Colômbia foram nomeados. As demais áreas exemplares, segundo a IUCN, estão na Austrália, Coreia do Sul, China, Itália, França, Espanha e Quênia, totalizando 23. Para esta primeira Lista Verde, 50 parques foram analisados, inclusive casos brasileiros.