Memorial do Holocausto celebra um ano de existência
10 de maio de 2006No dia 10 de maio de 2005, era inaugurado o Memorial do Holocausto em Berlim. Durante anos, se discutiu qual seria o conceito e como se daria a construção do monumento em tributo aos judeus assassinados no nazismo. Somente depois da decisão do Parlamento alemão, em 1999, foi aberto o caminho para a instalação do projeto do arquiteto norte-americano Peter Eisenman, o "campo de estelas" (colunas em quem se fazem inscrições funerárias).
Reações diversas
As reações sobre o monumento de 20 mil metros quadrados com 2700 estelas são diversas. Wolfgang Thierse, diretor da Fundação Memorial e ex-presidente do Parlamento alemão, foi um dos políticos que mais se esforçaram pela implantação do projeto e não se surpreende com a variedade de opiniões:
"É natural que haja julgamentos controversos sobre o papel e a forma do monumento. É um memorial sobre o pior episódio da história alemã e é claro que a aceitação não seria unânime", afirma Thierse.
Memorial tem repercussões positivas
O número de visitantes superou as expectativas. Cerca de 3,5 milhões de pessoas já foram ver o memorial e meio milhão já visitaram o centro de informações subterrâneo, onde estão documentadas as histórias dos judeus assassinados.
"É um memorial maravilhoso. Eu gosto do tipo de composição, porque incorpora muito do que aconteceu. Cada um interpreta à sua forma. Eu sinto que levanta diferentes aspectos, principalmente que muitas pessoas foram mortas depois que os nazistas tomaram o poder. É um monumento de muita sensibilidade", opina Susie Kaufman, da Associação de Judeus Refugiados, fundada em 1941, ainda durante a guerra, para ajudar judeus e seus descendentes.
A repercussão positiva em escala mundial é maior do que a esperada. Somente nos meses de abril e maio, 300 grupos se inscreveram para visitas guiadas. A metade dos visitantes é de jovens.
Acesso livre gera preocupações
Muito ainda se discute sobre a utilização aberta do Memorial do Holocausto. Dia e noite, o acesso é livre e algumas das estelas são escaladas pelas pessoas, tornando-se parque para crianças que pulam de uma a outra ou banco para idosos que trazem lanches na bolsa. Não são poucos os que se sentem incomodados com a forma como os visitantes se comportam em relação ao monumento. A preocupação maior, entretanto, é conscientizar as pessoas.
"Eu espero que as pessoas aprendam sobre o que aconteceu, que vejam quantos foram mortos e que percebam que um regime desta natureza pode ser iniciado por um homem e sua ideologia. Tomara que nunca mais aconteça algo do gênero", diz Susie Kaufman.