Merkel critica novas sanções dos EUA contra Rússia
16 de junho de 2017A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, criticou o Senado dos Estados Unidos pela aprovação de novas sanções à Rússia. Merkel afirmou que o impacto sobre as empresas europeias seria "desconcertante" e "não pode ocorrer", segundo comunicado do porta-voz Steffen Seibert, nesta sexta-feira (16/06).
"É estranho que, ao sancionar o comportamento da Rússia, levando em conta as eleições nos EUA, por exemplo, que a economia europeia se torne alvo de sanções americanas. Isso não pode acontecer", disse Seibert.
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"Geralmente rejeitamos sanções com efeitos extraterritoriais, que significam um impacto a países terceiros", afirmou o porta-voz. "A decisão do Senado dos EUA levanta para Merkel exatamente as mesmas questões mencionadas por [Christian] Kern e [Sigmar] Gabriel. É, para dizer o mínimo, uma medida peculiar do Senado dos EUA."
Desta forma, Merkel apoia seu ministro do Exterior, Sigmar Gabriel, um dia depois que ele e o chanceler federal da Áustria, Christian Kern, emitiram uma declaração conjunta que criticava a expansão das sanções dos EUA.
As novas penalidades, aprovadas pelo Senado americano nesta quinta-feira, incluem um parágrafo que ameaça punir companhias europeias que avançarem com programas de exportação de energia firmados com a Rússia. Esses incluem o controverso gasoduto Nord Stream 2, que dobraria até o ano de 2019 a quantidade de gás russo vindo à Alemanha por meio do gasoduto Nord Stream 1, que corta o Mar Báltico.
Alemanha e Áustria veem a medida americana como interferência ilegal na segurança energética da União Europeia (UE). "O fornecimento de energia da Europa é uma questão da Europa, e não dos Estados Unidos", afirmaram Gabriel e Kern em comunicado.
Ameaçar empresas europeias "com sanções, caso participem ou financiem projetos de gás natural como o Nord Stream 2 traz um sabor completamente novo e muito negativo para o relacionamento entre Europa e Estados Unidos", lê-se na declaração.
Na quinta-feira, o Senado americano decidiu aprovar, por ampla maioria, um projeto de lei que impõe novas sanções à Rússia devido ao envolvimento de Moscou na Ucrânia e na Síria, além da alegada interferência nas últimas eleições presidenciais nos EUA. O projeto de lei ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Representantes e ser assinado pelo presidente Donald Trump.
PV/afp/dpa/rtr