1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Alemanha vai eliminar priorização na vacinação até junho

27 de abril de 2021

Chanceler federal reafirmou promessa de que todos os alemães que desejarem poderão se vacinar contra covid-19 até o fim do verão europeu. Governo estuda relaxamento de medidas a quem já estiver imunizado.

https://p.dw.com/p/3sbwM
Merkel, de roupa azul, está sentada em uma cadeira. O fundo é azul. Ela faz gestos com as mãos.
Segundo Merkel, Alemanha deve receber 80 milhões de doses de vacinas no segundo trimestreFoto: Michael Kappeler/REUTERS

A Alemanha eliminará, no mais tardar até junho, os grupos prioritários na vacinação contra a covid-19, disse a chanceler federal, Angela Merkel, nesta segunda-feira (26/04), após reunião virtual com os governadores dos 16 estados alemães.

"Isso não significa que todos possam ser vacinados imediatamente", ponderou Merkel. "Todos podem solicitar a vacina e receberão conforme a disponibilidade", acrescentou a chanceler.

Merkel também reafirmou sua promessa de poder oferecer a todos os alemães uma vacina até o final do verão europeu. 

No entanto, o pré-requisito para o fim da priorização é que haja um bom número de doses disponíveis – e isso depende que os laboratórios entreguem as vacinas que já foram adquiridas. De acordo com Merkel, no segundo trimestre, a Alemanha espera receber 80 milhões de doses de vacinas, sendo 50 milhões delas da Pfizer-BioNTech.

Nova discussão social

A medida que a vacinação avança na Alemanha, um tema volta à discussão: o relaxamento de algumas regras para quem já estiver completamente imunizado. Merkel disse que o governo estuda formas de colocar essa ideia em prática. 

"Entraremos em uma fase de transição que não será fácil", alertou. "Temos que lidar com essa questão com muita sensibilidade".

Para Merkel, as pessoas que já receberam duas doses "obviamente" deveriam ser autorizadas a cortar o cabelo ou entrar em uma loja sem ter que apresentar um teste de coronavírus negativo e ser isentas de fazer quarentena após contato com uma pessoa infectada.

Regras semelhantes poderiam ser aplicadas a quem teve o coronavírus e se recuperou, desde que possa apresentar um teste PCR recente que comprove.

Merkel não comentou quando os relaxamentos podem ser introduzidos, mas disse que o governo prepararia um decreto estabelecendo suas propostas. Antes de entrar em prática, elas precisam ser aprovadas pelo Bundestag, o parlamento alemão.

Em fevereiro, o Conselho de Ética da Alemanha manifestou-se contra o afrouxamento das restrições entre indivíduos que já tenham sido vacinados contra a covid-19.

Na época, o ministro do Exterior, Heiko Maas, se pronunciou favorável. "Alguém que não corre mais o risco de ficar gravemente doente com o coronavírus não precisará mais de cuidados intensivos e não sobrecarregará o sistema de saúde. Ele não deveria mais sofrer restrições à sua liberdade e aos seus direitos fundamentais", disse ao jornal Bild am Sonntag.

A proposta, porém, também foi alvo de críticas, por exemplo, da presidente do partido A Esquerda, Katja Kipping, que evocou as estipulações de liberdade e igualdade presentes na Constituição alemã. 

Já o  ministro do Interior, Horst Seehofer, ponderou, na ocasião, que a vacinação contra a covid-19 não é obrigatória na Alemanha. Por isso, distinguir entre vacinados e não vacinados seria o mesmo que impor uma "vacinação obrigatória".

Como está a campanha de vacinação?

Há um mês, a promessa do governo alemão de que todos os que desejarem poderão ser vacinados até julho parecia impossível, devido à lentidão da imunização. 

Agora, porém, o programa de vacinas está funcionando de maneira muito mais satisfatória, com cadeias de abastecimento mais confiáveis e entre 500 mil e 700 mil doses sendo administradas por dia. Mais de 23% da população recebeu a primeira dose e 7% tomou as duas - cerca do dobro do número no início de abril.

Portanto, quando o ministro da Saúde, Jens Spahn, anunciou na semana passada que a vacina poderia ser oferecida a todos na Alemanha até junho, muitos consideraram a meta viável.

A campanha ganhou impulso após a Páscoa, quando 65 mil médicos da família começaram a vacinar em seus consultórios. Eles recebem, semanalmente, cerca de 1 milhão de doses - número que poderá ser dobrado em breve . Além disso, outros 2,25 milhões de doses por semana são distribuídas em centros de vacinação em toda a Alemanha. 

Atualmente, a maior parte dos estados está vacinando o grupo prioritário três, que inclui, por exemplo, pessoas com mais de 60 anos, pacientes com doenças pré-existentes, como asma, diabetes ou doenças autoimunes, bem como funcionários do comércio varejista de alimentos ou da assistência à infância e juventude.

Para impulsionar ainda mais a vacinação, o governo federal planeja que médicos de empresas comecem a vacinar funcionários a partir de junho.

A maioria das vacinas administradas na Alemanha é produzida pela Pfizer-BioNTech. O restante são da Moderna e da AstraZeneca-Oxford. Atualmente, o imunizante da AstraZeneca é recomendado apenas para maiores de 60 anos na Alemanha, devido ao registro de algumas poucas dezenas de casos suspeitos de trombose entre pessoas abaixo dessa faixa etária que receberam doses. No entanto, vários estados liberararam a aplicação em adultos de todas as idades que aceitarem receber a vacina.

le (ots)