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Merkel diz que já atua para evitar terceira onda de covid-19

21 de janeiro de 2021

Chanceler se mantém firme na decisão de prolongar lockdown na Alemanha e demonstra especial preocupação com variante mais contagiosa do coronavírus. Ela afirma que prefere agir agora do que esperar ser tarde demais.

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Merkel com o tipo de máscara que agora será obrigatória na Alemanha
Merkel com o tipo de máscara que agora será obrigatória na AlemanhaFoto: Michael Kappeler/dpa/picture-alliance

Apesar de uma queda no número de mortes e infecções por coronavírus na Alemanha, a chanceler federal Angela Merkel afirmou nesta quinta-feira (21/01) que ainda é cedo para falar em fim do lockdown.

Em pronunciamento à imprensa em Berlim, a líder alemã demonstrou preocupação com uma nova cepa do coronavírus, mais contagiosa, que circula na Alemanha e outros países europeus e, pela primeira vez, admitiu o risco de uma terceira onda de covid-19.

Há dois dias, Merkel decidiu, junto aos governadores dos 16 estados alemães, apertar e estender o já severo lockdown no país. Ele irá agora pelo menos até 14 de fevereiro e, além de restrições de movimentação, tem medidas como o uso obrigatório de máscaras cirúrgicas, em detrimento das de pano, no transporte público e em lojas.

"Precisamos agir agora", diz Merkel sobre coronavírus

Nesta quinta-feira, a Alemanha reportou 20.398 novos casos de covid-19 em 24 horas, cerca de 5 mil a menos que há uma semana. O número de infecções por 100 mil habitantes no intervalo de sete dias está em 119, a taxa mais baixa desde novembro, porém ainda bem acima da marca de 50 estabelecida como segura pelo governo. Houve, além disso, 1.013 mortes no último dia, o que eleva o total de óbitos para quase 50 mil no país.

"Nós precisamos conter a proliferação dessa mutação o mais rápido possível, e isso significa não esperar até que o perigo seja mais tangível", afirmou Merkel. "Porque, senão, será tarde demais para evitar uma terceira onda da pandemia, e provavelmente uma ainda mais dura que a anterior."

Escolas e creches como prioridade

Merkel afirmou que a queda nos números é promissora ("as restrições mais duras valeram a pena"), mas deixou claro que uma reabertura só será considerada quando a cifra de infecções cair abaixo dos 50 casos semanais por 100 mil habitantes. E quando esse dia chegar, disse ela, a prioridade já está definida: creches, jardins de infância e escolas.

"Precisamos ter muito cuidado para que não se repita o que aconteceu em muitos países: um lockdown duro, depois a reabertura, eles abriram demais, e depois viram como resultado um crescimento exponencial e muito rápido nos casos", comentou a chanceler, citando o Reino Unido como exemplo.

Novos controles as fronteiras?

Nesta quinta-feira, Merkel se reúne com outros líderes da União Europeia para tratar de uma abordagem conjunta à crise. Enquanto os números caem na Alemanha, em países como Portugal, Espanha e no Leste Europeu as infecções estão em alta.

A chanceler não descartou que a Alemanha possa impor novamente controles nas fronteiras, caso, em suas palavras, os países vizinhos não tomem medidas mais decisivas para conter a propagação da doença.

Em lockdown desde o início de dezembro, a Alemanha iniciou no fim do ano passado uma campanha nacional de vacinação. Até o momento, mais de 1 milhão dos 83 milhões de habitantes receberam a primeira dose da vacina.

RPR/dpa/ots