Merkel e Hollande pedem "plano realista" para futuro da UE
15 de setembro de 2016A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, fizeram um apelo aos líderes europeus nesta quinta-feira (15/09) para que adotem um "plano realista" para a União Europeia (UE), que reflita as "preocupações, esperanças e desejos" do bloco.
Merkel e Hollande se reuniram em Paris nesta quinta-feira, um dia antes do encontro entre 27 líderes da UE em Bratislava, sem o Reino Unido, com o objetivo de delinear o futuro do bloco após o Brexit.
Em pronunciamento à imprensa ao lado da chanceler alemã, o presidente francês afirmou que a decisão dos britânicos de deixar a União Europeia inflamou uma crise que ameaça a própria existência do bloco, e destacou a importância de se estabelecer um calendário e um roteiro para as reformas.
"Queremos, em Bratislava, dar aos europeus uma visão clara do seu futuro", disse Hollande. "A Europa se encontra num momento decisivo. Agora se trata de implementar uma ordem de trabalhos que deixe claro que estamos determinados a reagir juntos a essas fraquezas", reforçou Merkel.
Os dois líderes concordaram que a reunião desta sexta-feira na capital eslovaca deve se concentrar em três pontos-chave. "A primeira prioridade é a segurança", afirmou o presidente francês, destacando a defesa nas fronteiras contra ameaças externas. "Precisamos proteger os europeus."
Após uma série de atentados terroristas contra a Europa nos últimos meses, Alemanha e França já haviam anunciado a intenção conjunta de reforçar o papel militar na UE, criando, por exemplo, um quartel-general para as missões do bloco.
A segunda prioridade, segundo os líderes, é apostar nas novas tecnologias e na transição energética como fontes de crescimento econômico e de emprego. "Necessitamos de uma agenda clara para a transição digital", disse Merkel, destacando que, até 2020, "redes wi-fi devem estar disponíveis em todos os lugares".
Por fim, o terceiro ponto-chave elencado é trabalhar para dar esperanças de futuro à população, em particular, aos jovens. "É preciso haver promessas de emprego e prosperidade à juventude", frisou a chanceler.
EK/lusa/dpa/rtr/afp/efe