Merkel e Hollande vão a Moscou apresentar plano de paz
6 de fevereiro de 2015A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, reúnem-se nesta sexta-feira (06/02) em Moscou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para tentar encontrar uma solução política para o conflito no leste da Ucrânia.
Nesta quinta-feira, Merkel e Hollande estiveram em Kiev, onde se reuniram com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. Detalhes do que foi discutido no encontro não foram revelados. No mesmo dia, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, também esteve em Kiev para encontros com as lideranças ucranianas.
Enquanto Kerry pediu que a Rússia demonstre comprometimento com uma solução pacífica, Merkel e Hollande levaram uma nova proposta para encerrar o conflito.
Segundo o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, a nova proposta prevê um cessar-fogo imediato e a concessão de mais autonomia aos separatistas do leste da Ucrânia. Essa autonomia seria ampla e abrangeria um território maior do que o acertado anteriormente. O governo alemão desmentiu as informações.
O plano seria baseado no acordo de cessar-fogo firmado em Minsk, em setembro, e que foi desrespeitado tanto pelos soldados ucranianos como pelos rebeldes separatistas pró-Rússia. Poroshenko afirmou, após o encontro com Merkel e Hollande, que a proposta cria esperanças de um cessar-fogo no leste da Ucrânia.
A ofensiva diplomática franco-alemã conta com o apoio da União Europeia (UE), segundo declaração divulgada quinta-feira pela chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini. Ela acrescentou que a UE "está unida no uso de quaisquer meios disponíveis para facilitar uma solução política, quer exercendo pressão, quer dialogando".
Armas para a Ucrânia
Durante o encontro com Kerry, Poroshenko voltou a solicitar o envio de armas pelos Estados Unidos, mas o representante americano deixou em aberto se o pedido será atendido. Os Estados Unidos priorizam a solução diplomática, afirmou. "Queremos uma solução diplomática, mas não podemos fechar os olhos para os tanques que estão atravessando a fronteira com a Rússia e entrando em território da Ucrânia. Não podemos fechar os olhos para soldados russos usando uniformes sem insígnias cruzando a fronteira e liderando os chamados separatistas no campo de batalha", disse Kerry.
"Os Estados Unidos não procuram o conflito com a Rússia. Ninguém procura. Nem o presidente Petro Poroshenko, nem os Estados Unidos, nem os europeus", declarou o secretário de Estado.
Em Moscou, o governo russo advertiu que uma eventual entrega de armas pelos Estados Unidos à Ucrânia causaria um "dano colossal" às relações entre os EUA e Rússia, além de provocar um acirramento no conflito ucraniano e ameaçar a segurança da Rússia. "Isso ameaça não só provocar um acirramento da situação no sudeste da Ucrânia, como a segurança da Rússia, cujo território tem sido repetidamente bombardeado a partir da Ucrânia", disse um porta-voz do Ministério do Exterior.
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