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Merkel mais perto de salvar mandato

30 de janeiro de 2018

Conservadores e social-democratas chegam a acordo sobre questão da reunião de refugiados com suas famílias, removendo um dos maiores entraves para o avanço das negociações em busca de uma coalizão.

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Merkel ao lado dos líderes da CSU, Horst Seehofer (esq.) e do SPD, Martin Schulz (dir.)
Merkel ao lado dos líderes da CSU, Horst Seehofer (esq.) e do SPD, Martin Schulz (dir.)Foto: picture-alliance/dpa/B.v. Jutrczenka

A chanceler federal Angela Merkel ficou mais perto nesta terça-feira (30/01) de salvar seu quarto mandato, após sua legenda, a União Democrata Cristã (CDU), alcançar um acordo com o Partido Social-Democrata (SPD) sobre a questão migratória – um dos principais obstáculos nas negociações para formação de um governo na Alemanha.

O impasse envolvia os limites para o acolhimento de parentes de refugiados com status de proteção limitada na Alemanha. Com o acordo, ficou determinado que as reuniões familiares ficam suspensas até 31 de julho. Após essa data, será imposto um limite de mil entradas por mês.

A chegada, a partir de 2015, de mais de um milhão de refugiados à Alemanha tornou a questão migratória tema central na política alemã, e ajudou a impulsionar os populistas de direita na eleição de setembro passado, em que Merkel e seus partidários perderam força.

O bloco conservador em torno de Merkel – que inclui o partido bávaro União Social Cristã, CSU – defendia reduzir ao máximo a entrada de parentes de refugiados, enquanto os social-democratas, do ex-presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz, consideram trazer as famílias dos imigrantes para a Alemanha algo fundamental para a integração.

Se confirmado o acordo, as estimativas do instituto IAB, de Nurembergue, são de que, nos próximos anos, mais de 180 mil pessoas entrariam na Alemanha com status de parentes de refugiados.

CDU, CSU e SPD já haviam chegado a um acordo sobre o limite mensal para as reuniões familiares num pré-entendimento de coalizão alcançado no início de janeiro. O debate, no entanto, foi reaberto após o início das negociações formais entre os partidos, na última sexta-feira.

Os partidos precisam esclarecer se as reuniões familiares contemplarão também as pessoas que receberam proteção limitada como refugiados. Os detalhes devem ser definidos nas próximas semanas. 

O SPD havia pressionado pelo direito de reunião familiar para todos os refugiados, mas acabou cedendo. O tema é um dos principais pontos de atrito entre conservadores e social-democratas, que negociam um acordo de coalizão. Os social-democratas também querem mudanças nos planos de saúde e na duração de contratos de trabalho.

A Alemanha nunca ficou tanto tempo sem governo depois de uma eleição parlamentar. Esta é a segunda tentativa de Merkel de formar uma coalizão, depois do fracasso das negociações com os liberais e os verdes, no fim de novembro.

O SPD, parceiro de coalizão na última legislatura, é tido como a última cartada da chanceler federal em busca de um quarto mandato. Um fracasso poderia forçar os alemães a voltarem às urnas – algo que nunca aconteceu – e decretar o fim da era Merkel.

LPF/dpa/rtr/afp

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