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Escândalo presidencial

19 de dezembro de 2011

A chanceler federal Angela Merkel afirmou que apoia o presidente Christian Wulff. O chefe de Estado alemão enfrenta críticas por favores que recebeu de amigos empresários quando era governador da Baixa Saxônia.

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Presidente alemão, Christian Wulff
Presidente alemão, Christian WulffFoto: dapd

A chefe alemã de governo, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira (19/12) que dá pleno apoio ao presidente da Alemanha, Christian Wulff. Ele vem enfrentando severas críticas por não ter divulgado oficialmente no ano passado que recebeu um empréstimo da esposa de um amigo empresário para financiar a compra de uma casa.

"O presidente está fazendo um trabalho excelente e as coisas que têm sido trazidas a público estão sendo esclarecidas por ele pessoalmente", disse Merkel ao chegar ao Kosovo para uma visita às tropas alemãs na região. "O presidente goza de minha total confiança", acrescentou.

Democrata-cristão, Wulff foi eleito para o cargo - que na Alemanha tem principalmente caráter protocolar - em junho de 2010 pela maioria parlamentar da coalizão que apoia o governo Merkel.

Lamento por omissão

Na semana passada, o presidente disse que lamentava não ter revelado o empréstimo pessoal de 500 mil euros obtido no início de 2010 da esposa de Egon Geerkens, um empresário amigo, para comprar uma casa.

Na época, Wulff era governador do estado da Baixa Saxônia e, após a divulgação de que passara férias em mansões de empresários amigos, fora inquirido formalmente por membros do Legislativo local, sobre supostas ligações comerciais com seus anfitriões, entre eles, Egon Geerkens. Ao responder por escrito à interpelação, o então governador omitiu o empréstimo, feito em nome de Edith Geerkens, esposa do empresário.

Das Wohnhaus der Familie von Bundespräsident Christian Wulff in Großburgwedel (Region Hannover), fotografiert am Dienstag (13.12.2011). Durch einen privaten Darlehensvertrag mit einer befreundeten Frau hatten die Eheleute Christian und Bettina Wulff 2008 den Kauf ihres privaten Einfamilienhauses zu einem Zinssatz von vier Prozent finanziert. Foto: Holger Hollemann dpa/lni (zu lni 0261 vom 13.12.2011)
Casa de Wulff, financiada com empréstimoFoto: picture-alliance/dpa

Conforme o semanário Der Spiegel, entretanto, Geerkens teria confirmado ter tratado diretamente com Wulff a respeito dos detalhes do empréstimo, a ser transferido a partir da conta de sua esposa. Em resposta, o presidente alemão manteve sua versão dos fatos, reafirmando que tomou dinheiro emprestado de Edith e não de Egon Geerkens, e repetindo que, na época, respondeu à pergunta dos deputados de forma correta, dizendo a verdade – embora admita que a omissão do empréstimo tenha sido um erro.

Férias com amigos empresários

Como consequência do escândalo, no domingo, Wulff divulgou uma lista com os locais em que passara férias enquanto era governador da Baixa Saxônia. Segundo a relação, em seis ocasiões ele usou as mansões de amigos empresários durante férias privadas. Por duas vezes, ele se hospedou em imóveis do casal Geerkens no exterior.

A oposição critica o comportamento do chefe de Estado alemão e pede mais explicações. "Até agora não ouvimos muito desse presidente, tirando algumas poucas palavras de pesar e uma tática de adiamento no que diz respeito à verdade", atacou a secretária-geral dos social-democratas, Andrea Nahles, pedindo “clareza” do presidente.

O escândalo está causando mais um problema à já conturbada coalizão de governo de centro-direita liderada por Merkel. Até agora, Wulff vem recebendo apoio tímido de líderes do governo, o que pode ser considerado um sinal de que muitos estão esperando para ver se mais revelações podem surgir.

MD/rtr/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque