Tragédia na Espanha
12 de maio de 2011Milhares de pessoas continuam desabrigadas na cidade espanhola de Lorca após os dois terremotos que atingiram a região da Província de Múrcia, no início da noite desta quarta-feira (11/05). Elas pernoitaram na rua, em centros esportivos ou em escolas.
Segundo o prefeito da cidade, Francisco Jodar, um terço dos 90 mil habitantes de Lorca precisou dormir fora de casa. Os espaços abertos da cidade transformaram-se, durante a noite, em campos provisórios de acolhimento de deslocados, com muitos habitantes obrigados a dormir na rua, inclusive crianças e idosos.
Segundo as autoridades, oito pessoas morreram e 167 ficaram feridas. O governo espanhol divulgou ter enviado soldados para auxiliar nas operações de resgate, já que os tremores derrubaram vários edifícios e deixaram outras construções em situação de risco. Equipes de arquitetos e engenheiros estão avaliando o estado dos edifícios para que algumas famílias possam voltar para casa. No entanto, esse processo deve levar algum tempo.
O tremor mais forte, de magnitude 5.2, atingiu Lorca às 6h47 (horário local), uma hora e 40 minutos depois do primeiro terremoto, de magnitude 4.5. Esses foram os tremores mais mortais na Espanha desde o terremoto de abril de 1956, quando 11 pessoas morreram na cidade de Albolote, na Andaluzia.
O sismo afetou especialmente alguns dos estrangeiros que vivem em Lorca, principalmente imigrantes africanos e sul-americanos que não tinham alternativa à casa onde viviam e que tiveram que dormir na rua. Nesta quinta-feira, eles estavam ao lado de centenas de espanhóis em filas para a distribuição de comida, café e água.
Ao longo do dia, Lorca deve receber o primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero, e o líder do maior partido da oposição, Mariano Rajoy (Partido Popular). Os partidos anunciaram a suspensão de todos os atos de campanha para as eleições regionais e municipais marcados para esta quinta. A votação acontece em 22 de maio. As vítimas do terremoto serão homenageadas em atos em várias localidades espanholas.
AS/lusa/afp/ap/dpa
Revisão: Nádia Pontes