Milhares exigem libertação de líderes catalães em Barcelona
11 de novembro de 2017Centenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Barcelona neste sábado (11/11) para exigir que o governo em Madri liberte dez líderes da Catalunha que estão detidos por envolvimento com a declaração unilateral de independência realizada por essa região autônoma da Espanha.
A multidão se concentrou principalmente pela extensa rua da Marina, passando por locais emblemáticos, como a basílica Sagrada Família, um dos símbolos da cidade. Cartazes traziam frases como "Liberdade para os presos políticos" e "Somos uma república".
Segundo estimativa da polícia catalã, 750 mil pessoas participaram do protesto, convocado pelas organizações Assembleia Nacional da Catalunha (ANC) e Òmnium – os presidentes desses grupos pró-independência, Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, respectivamente, também estão presos.
Durante a manifestação, foi divulgada uma mensagem de Carles Puigdemont, líder separatista catalão que foi destituído do governo regional após a declaração de independência. Alvo de uma ordem de prisão emitida pela Justiça espanhola, ele está em Bruxelas acompanhado de ex-conselheiros do governo catalão e disse que só voltará à Espanha com garantias.
"Queremos ouvir vocês, e certamente nós que estamos em Bruxelas e aqueles que estão na prisão ouviremos seu clamor", afirmou Puigdemont aos manifestantes. "Não nos deixemos ter medo daqueles que querem cortar nossas liberdades e aniquilar e humilhar nossas instituições."
Em mensagem publicada no Twitter durante o protesto, o ex-líder catalão disse ainda que "a luz de vocês [manifestantes] chega até nós em Bruxelas e ilumina o caminho pelo qual devemos continuar seguindo". "Vocês são nossa força", completou.
O governo espanhol prendeu no início do mês oito ex-membros do governo da Catalunha, incluindo o ex-vice-presidente Oriol Junqueras e sete ex-conselheiros. Os ativistas Jordi Sànchez e Jordi Cuixart já estavam detidos.
A prisão, segundo as autoridades espanholas, foi pela participação dos líderes na declaração unilateral de independência anunciada em 27 de outubro. Em resposta, o governo presidido por Mariano Rajoy resolveu dissolver o Parlamento da Catalunha e convocou eleição na região para 21 de dezembro.
Na quinta-feira passada, um tribunal espanhol mandou libertar cinco integrantes do Parlamento dissolvido, entre eles a presidente da Casa, Carme Forcadell. Eles poderão acompanhar em liberdade a investigação sobre o envolvimento na tentativa de independência da Catalunha.
Forcadell deixou a prisão nesta sexta-feira após pagar uma fiança de 150 mil euros, mas decidiu não participar da manifestação deste sábado por orientação de seu advogado.
EK/ap/rtr/afp/lusa/efe/ots
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