Milhares pedem a renúncia do presidente na Guatemala
17 de maio de 2015Milhares de guatemaltecos foram às ruas exigindo a saída do presidente Otto Pérez Molina, em meio a um escândalo de corrupção que provocou a renúncia da vice-presidente Roxana Baldetti e do ministro de Minas e Energia, Erick Archila Dehesa.
Apesar da chuva, que castigou o país no sábado (16/05), manifestantes bateram tambores e assopraram apitos em protestos pacíficos em 13 cidades da Guatemala. Segundo a agência de notícias EFE, aproximadamente 20 mil pessoas participaram dos protestos.
Na capital guatemalteca, os manifestantes se reuniram na Praça da Constituição, em frente ao Palácio Nacional, sede do Executivo, onde cantaram o hino do país e levantaram centenas de cartazes e faixas com mensagens contra corrupção, juízes, o Legislativo, partidos políticos e o governo de Molina, que preside a Guatemala desde janeiro de 2012.
O ato foi organizado através das redes sociais, porém sem qualquer liderança declarada. Diversos setores da indústria demonstraram apoio ao movimento, incluindo líderes empresariais, grupos de estudantes, agricultores e organizações de direitos humanos.
Em abril, a Comissão Internacional Contra a Impunidade das Nações Unidas anunciou o resultado de uma investigação sobre um esquema de subornos descobertos pelo Ministério Público da Guatemala. Algumas das principais autoridades fiscais do país, assim como um assessor de Baldetti, acusado de ser o líder do esquema, foram citados no inquérito, levando Baldetti a renunciar o seu cargo de vice-presidente da Guatemala em 8 de maio.
Baldetti mantém sua posição de não ter desempenhado nenhum papel no esquema de corrupção – nenhuma acusação foi oficializada até o momento. Seu assessor está foragido.
Ao menos 50 pessoas são suspeitas de estarem envolvidas, de alguma forma, no esquema. Presidente Molina negou qualquer envolvimento e apelou para uma repressão à corrupção.
No entanto, a população guatemalteca continua cética. Uma estudante disse à agência de notícias AFP que o povo perdeu a paciência com os políticos. "Não aguento mais. Temos de fazer alguma coisa para parar toda esta corrupção da nossa classe política", disse ela.
Outros manifestantes prometeram continuar protestando até que o presidente Molina renuncie e que os culpados pelo escândalo de corrupção sejam levados à Justiça
PV/afp/dpa/efe/ap