Crítica a Israel
20 de junho de 2010O ministro alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Dirk Niebel, encontra-se no Oriente Médio, em viagem de quatro dias. Neste domingo (20/06) constava de sua agenda uma visita à Faixa de Gaza. Entretanto o governo israelense lhe negou a permissão para a viagem, alegando o bloqueio generalizado àquele território palestino.
Em entrevista à emissora ZDF, Niebel declarou-se decepcionado com o fato, pois sua intenção era "emitir um claro sinal político no sentido da abertura e da transparência". Por vezes o governo israelense não facilita a seus amigos a tarefa "de explicar por que ele age da forma como age", observou.
O político liberal-democrata classificou a proibição de sua visita como um grande erro de política externa: "Em vez de um sinal de força, trata-se de um atestado de medo implícito". Para Israel, "faltam cinco minutos para as 12 horas" [expressão que denota urgência e fim de alternativas], declarou ao jornal Leipziger Volkszeitung. O país deveria utilizar agora toda chance possível "para deter o relógio".
Planos frustrados
Niebel, que também é vice-presidente da Associação Teuto-Israelense (DIG), pretendia visitar em Gaza uma estação de tratamento de águas financiada com verbas alemãs. Além disso, estava programado seu encontro com representantes da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
No sábado, o ministro estivera na Cisjordânia, primeira estação de seu giro pelo Oriente Médio, onde se encontrara com o presidente dos palestinos, Mahmud Abbas. Na segunda-feira e terça-feira a delegação alemã visita Jerusalém.
Antes de iniciar viagem, Niebel declarara que pretendia também comunicar a Israel "as expectativas de Berlim e da União Europeia no sentido de uma decisiva melhora das condições de vida para a população da Faixa de Gaza".
Anunciado relaxamento de boqueio
Em meados de 2007, o movimento radical islâmico Hamas assumiu o poder na Faixa de Gaza. Como reação, Israel impôs um embargo à pequena região costeira. No final de maio, tropas israelenses atacaram um comboio de ajuda humanitária para a população necessitada de Gaza, fazendo vítimas fatais e provocando indignação internacional.
Somente na última quinta-feira Tel Aviv anunciou a intenção de relaxar o bloqueio: o gabinete de Segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pretende futuramente permitir a entrada de maior quantidade de bens de ajuda no território, por via terrestre. Cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem na Faixa de Gaza, das quais dois terços são dependentes do auxílio internacional.
Autoria: Michael Borgers (av)
Revisão: Alexandre Schossler