Dívida grega
17 de outubro de 2011Uma solução definitiva para a crise grega só será possível com uma redução da dívida total da Grécia, afirmou o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, neste domingo (16/10). Para o político, os credores terão de renunciar a uma parte de suas exigências ainda maior do que a acertada em julho passado.
Bancos e investidores haviam concordado em renunciar voluntariamente a, em média, 21% de suas exigências. Schäuble deixou em aberto qual deveria ser a dimensão do corte da dívida, possivelmente entre 50% e 60%.
"Queremos, se possível, acertar isso com os bancos nos termos de um acordo", disse o ministro, destacando que se trata de um grande desafio. "Certo é que precisa haver uma participação do setor privado que seja suficiente para conseguirmos uma solução viável e duradoura para a Grécia."
Segundo o político, o corte da dívida deve ser parte de um pacote a ser aprovado pelos chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE), durante a cúpula a ser realizada na próxima semana.
Envolvimento europeu
Schäuble ressaltou que outros Estados também precisam dar a sua contribuição à luta contra a crise da dívida. Seria preciso evitar o risco de contágio dos mercados e do setor bancário. "Para isso, os outros países também precisam cumprir as suas obrigações, afinal, a elevada dívida pública é a causa da crise."
De acordo com o ministro, seria importante que os bancos estivessem abastecidos de capital. Caso os bancos relevantes dentro do sistema financeiro não conseguissem o dinheiro por conta própria, os Estados teriam de supri-los. Outra possibilidade para os bancos seria transferir ações ao Estado, as quais poderiam ser revendidas posteriormente.
Protestos
Schäuble disse que leva à sério as manifestações contra o sistema bancário ocorridas no fim de semana, em cidades como Berlim, Roma, Bruxelas e Londres. "Precisamos ser convincentes ao demonstrar que é a política que estabelece as regras e que não somos simplesmente movidos pelos mercados – essa é a impressão que as pessoas têm", considerou.
Para o ministro, os políticos da EU e do G20 devem acabar com essa impressão. "Senão, para além de uma crise da economia social de mercado e dos mercados financeiros, haverá também uma crise do sistema democrático", alertou.
LPF/rtr/afp/dpa
Revisão: Alexandre Schossler