Reação
25 de setembro de 2008As turbulências do mercado financeiro nos EUA irão, na opinião do ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück, surtir efeitos na economia alemã. Em um comunicado oficial do governo, o ministro alertou para o risco de "conseqüências imprevisíveis da crise".
Ao mesmo tempo, Steinbrück elogiou as medidas tomadas pelo governo norte-americano para contornar o problema. "O gerenciamento internacional da crise funcionou. Não houve um colapso do sistema financeiro internacional", dissse o ministro.
Setembro negro
A proposta do governo alemão é de que sejam implementadas medidas a fim de "civilizar os mercados financeiros". A Alemanha, assim como outros países, está passando, nas palavras do ministro, "pela mais severa crise financeira das últimas décadas". As bolsas de valores de todo o mundo não serão as mesmas depois deste "setembro negro", prevê Steinbrück.
Segundo o ministro, no atual contexto, os EUA não conseguirão mais manter a posição de superpotência reguladora do sistema financeiro internacional. Na Alemanha, alerta ele, é preciso se preparar para índices de crescimento reduzidos e problemas no mercado de trabalho. "As condições para pegar um empréstimo vão piorar", embora os pequenos investidores privados "não tenham com que se preocupar", garante o ministro.
Exagero do laissez-faire
Steinbrück salientou ainda que as razões da atual crise estão num exagero do "princípio laissez-faire" do governo norte-americano e seu desprezo, até agora, por medidas que regulamentam o mercado.
O ministro confirmou mais uma vez que Berlim não pretende participar do plano de auxílio arquitetado pelo governo norte-americano para salvar as instituições de crédito. Para contornar as dificuldades do mercado financeiro na Alemanha, Steinbrück incentivou oficialmente as fusões dos bancos estaduais (Landesbanken).
O especialista em finanças do Partido Liberal, Otto Solms, afirmou que seu partido apóia os esforços do ministro em estabelecer medidas que regulamentem o mercado financeiro. Solms, no entanto, criticou a postura de Berlim no momento de crise: "É decepcionante ver que não houve uma palavra de autocrítica" do governo alemão.