Classificação de risco
14 de setembro de 2011A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta quarta-feira (14/09) a nota de crédito de dois dos principais bancos franceses, o Société Générale e o Crédit Agricole, devido à sua exposição à dívida grega. O outro grande banco francês, o BNP Paribas, foi posto em revisão para um possível rebaixamento.
No caso do BNP Paribas, a Moody's afirmou que a lucratividade e a base de capital do banco são um amortecedor adequado para suportar a exposição aos problemas da Grécia, de Portugal e da Irlanda. O BNP Paribas adotou uma série de medidas nos últimos dias para tentar acalmar os investidores.
O presidente do banco central francês, Christian Noyer, disse que o rebaixamento era uma notícia relativamente boa, argumentando que a Moody's deixou os bancos franceses no mesmo nível de outras instituições europeias consideradas saudáveis, como o HSBC, o Barclays e o Deutsche Bank.
"É um rebaixamento muito pequeno e a Moody's tem uma classificação maior do que as outras agências, ou seja, ela apenas os colocou no mesmo nível ou um pouco melhor que outros", afirmou Noyer.
Já o ministro francês dos Assuntos Europeus, Jean Leonetti, afirmou que os bancos franceses não estão em perigo por causa da decisão. "Os bancos franceses têm reservas suficientes para eventualmente fazer frente à dívida grega", declarou o ministro à rede de televisão France 2, considerando os especuladores como sendo responsáveis pelo atual "estado febril" dos mercados.
A notícia do rebaixamento veio poucas horas antes de os chefes de governo da Alemanha, da França e da Grécia realizarem uma videoconferência sobre possíveis medidas para evitar a quebra do país, considerada cada vez mais certa pelos mercados e por diversos analistas.
Barroso quer eurobonds
Em Estrasburgo, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, anunciou que o braço executivo da União Europeia vai em breve apresentar propostas sobre "eurobonds", mas advertiu que os títulos de dívida europeia não irão resolver os problemas mais urgentes da zona do euro.
Ao Parlamento Europeu, Barroso disse que os países devem levar adiante as reformas com que se comprometeram. A criação de títulos de dívida pública emitidos em conjunto pelos 17 países da zona do euro, os chamados eurobonds, tem sido defendida por muitos europeus como a melhor ou mesmo a única solução para a crise na área europeia de moeda comum. O governo alemão é contra.
AS/lusa/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer