Morre ativista polonês Waldyslaw Bartoszewski
25 de abril de 2015Diversas autoridades polonesas lamentaram a morte do sobrevivente de Auschwitz e antigo membro da resistência polonesa durante a Segunda Guerra Waldyslaw Bartoszewski, que faleceu nesta sexta-feira (25/04) aos 93 anos, em um hospital em Varsóvia.
A informação foi confirmada por seu amigo e biógrafo, Michal Komar e diversos políticos poloneses. "Esta foi uma grande perda, um grande polonês nos deixou", publicou o presidente da Polônia, Bronislav Komorowski, em seu Twitter.
O ex-primeiro-ministro polonês e atual presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que Bartoszewski "nunca será substituído". Durante a gestão de Tusk, o ex-prisioneiro do regime nazista ocupou o cargo de vice-ministro responsável pelo diálogo internacional, especialmente com a Alemanha e Israel.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, lamentou a morte do ativista polonês. "Nós agradecemos pela contribuição e humanidade deste grande homem", disse Merkel em um telegrama enviado à primeira-ministra polonesa, Ewa Kopacz.
A imprensa polonesa também prestou homenagens a Bartoszewski citando algumas de suas notáveis frases, entre elas: "vale a pena ser honesto, ainda que nem sempre você seja reembolsado por isso. Você pode receber por ser desonesto, mas não vale a pena".
Figura pública respeitada em seu país, Bartoszewski era ativista político e publicou livros sobre a Segunda Guerra. Ele dedicou boa parte de sua vida trabalhando pela reconciliação entre seu país e a Alemanha, fazendo do assunto tema frequente em seus discursos em polonês e alemão.
Nascido em 1922 em Varsóvia, o então adolescente Bartoszewski, que cresceu em um bairro judeu, lutou contra a invasão nazista a seu país, em 1939. Em 1940 foi enviado para Auschwitz. Ele foi liberado um ano depois, graças aos esforços da Cruz Vermelha polonesa, onde trabalhou antes de ser preso. Bartoszewski aliou-se a unidades de resistência à ocupação alemã e de salvamento de judeus.
Após a guerra, ele foi perseguido pelo regime comunista soviético e passou quase sete anos na prisão, sob acusações de espionagem, que foram posteriormente consideradas falsas por um tribunal.
Bartoszewski começou a carreira diplomática aos 68 anos. Ele foi embaixador polonês na Áustria e duas vezes ministro do Exterior, em 1995 e entre 2000 e 2001.
MSB/ap/afp