Morre ex-presidente da Alemanha Richard von Weizsäcker
31 de janeiro de 2015O ex-presidente alemão Richard von Weizsäcker, uma das personalidades mais importantes e respeitadas da política alemã nas últimas décadas, morreu neste sábado (31/01) aos 94 anos em Berlim.
O democrata-cristão foi chefe de Estado de 1984 a 1994, tornando-se, assim, o primeiro presidente da Alemanha unificada em 1990, após a queda do Muro de Berlim, ocorrida no ano anterior. Ele havia sido anteriormente prefeito de Berlim Ocidental, de 1981 a 1984, entre outros cargos.
"A notícia me enche de tristeza. Perdemos uma grande pessoa e um grande chefe de Estado", escreveu o atual presidente alemão, Joachim Gauck. "Como presidente, ele soube chamar a atenção para os problemas e equívocos, promover debates e abrir perspectivas. Para a maioria, ele era uma autoridade moral", elogiou Gauck.
"Dia da libertação"
Weizsäcker assumiu o cargo com a promessa de se tornar "presidente de todos os cidadãos" e, em dez anos de gestão, ajudou a dar uma nova cara à Alemanha moderna e aberta ao mundo, depois dos horrores da guerra.
Um dos destaques de sua presidência foi o seu discurso em 8 de maio de 1985 por ocasião do 40º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, quando falou abertamente sobre os crimes do nazismo e classificou o fim da guerra como um "dia de libertação" e não da "capitulação" da Alemanha.
Ele também era um pró-europeu que entendeu a importância da comunidade europeia para a reunificação alemã e manteve um inquebrável "compromisso por uma Europa unida e pacífica", como ressaltou Gauck.
"Adeus a um reconciliador"
A morte do presidente ocupou imediatamente as capas dos principais veículos da imprensa digital alemã. A versão online do semanário Der Spiegel chamou-o de "um dos políticos mais queridos e de maior prestígio do pós-guerra" enquanto o jornal Bild afirmou que Weizsäcker "influenciou como poucos clima político na Alemanha".
"Adeus a um grande europeu e reconciliador. Perda dolorosa para nosso país", escreveu no Twitter o ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, numa das primeiras reações oficiais.
MD/lusa/dpa