Morre o escritor israelense Amós Oz
28 de dezembro de 2018O premiado escritor e pacifista israelense Amós Oz morreu nesta sexta-feira (28/12), aos 79 anos, em Tel-Aviv, após uma batalha contra o câncer.
"O meu querido pai acaba de falecer de câncer, depois de um rápido declínio", informou a filha do escritor Fania Oz-Salzberg no Twitter.
Um dos escritores israelenses mais lidos do mundo e traduzido para 45 idiomas, Oz recebeu dezenas de prêmios ao longo da carreira, mas, apesar de considerado em várias oportunidades, nunca foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.
Oz é considerado um dos autores mais prestigiados da história do país, além de ter sido um importante ativista em defesa da paz e defensor da solução de dois Estados para pôr fim ao conflito entre israelenses e palestinos.
Ele nasceu em Jerusalém em 1939, quando a cidade ainda era palestina sob o mandato do Reino Unido, e começou a publicar livros aos 22 anos. Sua família era de origem russa e polonesa. O escritor foi batizado com o nome Amós Klausner, mas escolheu como pseudônimo Oz, que significa "força" ou "coragem".
Ainda jovem, entrou para um kibutz e estudou literatura e filosofia na Universidade Hebraica de Jerusalém, tendo publicado os seus primeiros contos entre 1960 e 1963. Ele também participou como militar da Guerra dos Seis Dias e da Guerra do Yom-Kippur e fundou, na década de 1970, juntamente com outros, o movimento pacifista Paz Agora (Shalom Akhshav), do qual se tornou o principal representante.
Ao longo da carreira, além dos livros, Oz publicou coleções de ensaios e cerca de 500 artigos de opinião. Aclamado desde o início como o "Camus israelense", o escritor denunciou, nos últimos anos, a política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, protestando contra o que qualificou como "um extremismo crescente" do governo.
Em uma entrevista concedida em abril deste ano para um canal alemão, Oz disse: "Não sei o que o futuro reserva para Jerusalém, mas sei o que deve acontecer. Todos os países do mundo devem seguir o presidente Trump e transferir suas embaixadas em Israel para Jerusalém. Ao mesmo tempo, cada um desses países deve abrir sua própria embaixada em Jerusalém Oriental como a capital do povo palestino".
Entre os livros mais conhecidos do escritor estão A caixa preta, De amor e trevas. Como Curar um Fanático e Rimas da vida e da morte. Suas obras foram traduzidas em mais de 45 idiomas. De amor e trevas, em que abordou o suicídio da sua mãe, obteve grande sucesso mundial e foi adaptado ao cinema, com a atriz Natalie Portman como diretora e protagonista.
JPS/efe/lusa/ots
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