Buga em Koblenz
16 de abril de 2011Colorido sem fim, até onde o olhar alcança: a Exposição Bienal Alemã de Jardinagem e Paisagismo (Bundesgartenschau Koblenz – Buga 2011) começou em 15 de abril e promete, até 16 de outubro, mudar a cara da cidade no encontro dos rios Reno e Mosela, uma bela paisagem tombada pela Unesco.
Não por acaso, o tema deste ano é "Koblenz transforma" (Koblenz verwandelt). As mudanças estão em pleno vapor. A área suja que vinha sendo usada como estacionamento para ônibus de viagem foi transformada em um parque com muito verde e salpicado de cores.
Os locais que sediam a mostra – espaços em torno do Palácio Eleitoral (Kurfüstliches Schloss), da fortaleza de Ehrenbreitstein e do campo Blumenhof – também ganharão nova vida com exposições, eventos e muitas flores de todos os tipos, formas, cores e tamanhos.
60 anos de Buga
A bienal já acontece há seis décadas, atraindo visitantes de várias partes do mundo. Este ano, o projeto ficou estimado em 102 milhões de euros. Além de flores mais populares, como rosas e crisântemos, a Buga traz ainda plantas mais exóticas, como cactos e plantas carnívoras. São esperados 2 milhões de visitantes durante os seis meses de exposição.
Nos 3,5 quilômetros ocupados pela mostra também é possível assistir a cursos de jardinagem e pegar dicas para plantar flores. Para os que não se interessam apenas por plantas, até o fim da mostra serão apresentados cerca de 3 mil eventos sobre arte, cultura, história, biodiversidade e sustentabilidade. As crianças podem curtir os parquinhos ou mesmo conhecer um pouco mais, aprendendo, por exemplo, como voam os morcegos ou como as flores obtêm suas cores.
Um concurso de fotografias com o tema "jardim" também agita os seis meses de mostra. Quem gosta de clicar a natureza deve inscrever suas fotos a partir da abertura. A cada dois meses, uma imagem será premiada. Além de ver sua foto estampada em um placar de nove metros quadrados, que ficará em sua cidade de origem, o vencedor ganha um iPad e, claro, algumas entradas para o Buga.
Flores no lugar de concreto
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, discutiram-se maneiras de mostrar como áreas destruídas pelos conflitos poderiam ser totalmente transformadas. Koblenz, sempre considerada uma importante base militar, foi praticamente toda destruída após a guerra. Em vez de apostar no concreto, os políticos que se sucederam na administração da cidade optaram por investir no verde.
No jardim atrás do palácio, antigo ponto de encontro de drogados e depósito de lixo, há agora uma fonte, rosas dão um toque especial e uma área destinada à leitura convida ao descanso.
Outra opção, além dos degraus às margens do rio, é uma caminhada até a chamada Deutsche Ecke ("Esquina Alemã"), onde o Reno se encontra com o Mosela. O ar poluído dos ônibus de viagem deu lugar ao perfume das flores nas passarelas.
Local histórico, roteiro romântico
O local da Buga é, por si mesmo, um importante ponto turístico. Arqueólogos descobriram uma vala dos tempos do imperador romano Augusto – uma indicação da ocupação do local há mais de 2 mil anos.
A estátua de mais de 100 anos do imperador Guilherme sobre seu cavalo fica logo ali, em uma colina próxima à orla. Há ainda uma basílica, um museu de artes, esculturas, o palco de eventos e, claro, o encontro dos rios. Na gigantesca fortaleza, adultos e crianças podem verificar vestígios de habitantes dos últimos 5 mil anos, como celtas, germânicos e romanos. A restauração da região custou 45 milhões de euros.
A maior atração, no entanto, é um teleférico de mais de 180 metros de altura, que atravessa o Reno e chega ao penhasco onde se encontra a fortaleza de Ehrenbreitstein. A viagem é de graça para os visitantes do Buga.
Os que resolverem embarcar em uma viagem fluvial poderão contemplar o Vale do Alto Médio Reno, área tombada como patrimônio mundial pela Unesco, com suas montanhas às margens do rio – uma linda paisagem do roteiro romântico na Alemanha.
Autora: Karin Jäger (ms)
Revisão: Augusto Valente