Mulheres vão às ruas do Brasil e exterior contra Bolsonaro
29 de setembro de 2018Manifestantes saíram às ruas neste sábado (29/09) em dezenas de cidades do Brasil e do exterior para demonstrar repúdio à candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Os atos são parte do movimento de mulheres #EleNão, que tomou as redes sociais nas últimas semanas para criticar posições machistas e misóginas do candidato.
No Brasil, atos foram agendados em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Porto Alegre, Vitória, Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Natal, João Pessoa, Recife, Fortaleza, Aracaju, Palmas, Campo Grande, Manaus, Belém e Cuiabá. Ao menos 40 cidades já registraram protestos contra a candidatura do militar reformado.
Em São Paulo, milhares de manifestantes se reuniram no Largo da Batata para participar do ato "Mulheres contra Bolsonaro". No Rio de Janeiro, outro ato de mulheres aconteceu na Cinelândia. Alguns militantes carregaram bandeiras de partidos como PT e PSOL. No ato em Curitiba, militantes estenderam faixas de apoio ao ex-presidente Lula.
Adversários de Bolsonaro na campanha abraçaram o movimento. Em São Paulo, a candidata a vice na chapa de Ciro Gomes, a senadora Kátia Abreu (PDT), e a candidata a vice de Fernando Haddad, Manuela D’Ávila (PCdoB), participaram do ato no Largo da Batata. Os presidenciáveis Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede) também compareceram.
Nas redes, os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) manifestaram apoio ao movimento.
Em Juiz de Fora (MG), a cidade onde ocorreu o atentado contra Bolsonaro no dia 6 de setembro, manifestantes também saíram às ruas em um protesto contra o presidenciável. A Polícia Militar impediu que a manifestação passasse pelo calçadão da Rua Halfeld, no centro da cidade, local onde ocorreu o ataque contra o deputado.
Em Brasília, cerca de 7 mil pessoas compareceram ao protesto contra o candidato.
Ao longo do dia, também houve registro de manifestações de brasileiros na Alemanha, nos Estados Unidos, na Itália, na Holanda, no Líbano, na África do Sul, na Irlanda, na Espanha, em Portugal, na França e na Argentina. Na Alemanha, foram registrados protestos em Berlim, Munique e Bonn.
Em resposta às manifestações, apoiadores do candidato também organizaram atos a favor do candidato. Em escala, as convocações reuniram menos pessoas que as manifestações contra o candidato. No Rio de Janeiro, algumas centenas de apoiadores se reuniram na Avenida Atlântica, em Copacabana. Em São Paulo, os manifestantes se reuniram em frente ao Estádio do Pacaembu. Pelo menos 14 atos a favor do candidato foram registrados pelo país.
Uma das manifestações, em Itatiaia, no sul do Rio do Janeiro, contou com a participação de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro que se tornou personagem de reportagens ao longo da semana que relatam seu tumultuado processo de divórcio do ex-capitão. Candidata a deputado pelo PSL do presidenciável, Valle apareceu com uma camiseta com a frase “Mulher inteligente vota em Bolsonaro”.
Bolsonaro é o presidenciável com a maior rejeição entre os 13 candidatos que disputam o Planalto. Segundo o último Datafolha, 46% dos eleitores afirmam que não votariam no militar reformado. O índice é ainda mais alto entre as mulheres: 52% rejeitam o candidato. Os índices de rejeição têm provocado dificuldades para a campanha do ex-capitão, que pena em cenários de segundo turno das eleições. Ele seria derrotado por todos os adversários em uma segunda rodada.
Também neste sábado, Bolsonaro deixou o hospital Albert Einstein, em São Paulo, após passar 23 dias internado por causa da facada que recebeu em Juiz de Fora. Ele seguiu em um voo para o Rio de Janeiro. Houve registro de tumulto no momento do embarque. Apoiadores e críticos do presidenciável gritaram palavras pró e contra Bolsonaro no interior da aeronave, como “Mito!” e “Ele não!”.
A menos de oito dias do primeiro turno, ele continua a liderar as pesquisas eleitorais, com 28% das intenções de voto. O petista Fernando Haddad (PT) aparece em segundo, com 22%.
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