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Médica que ampara vítimas de guerra é eleita Mulher do Ano

Marina Wentzel23 de novembro de 2001

Agora o objetivo é ajudar às mulheres afegãs. O projeto se desenvolverá no Afeganistão e Paquistão a partir de março do ano que vem.

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Mulheres afegãs vítimas de violência receberão apoio humanitárioFoto: AP

A ONG ligada a assuntos femininos Cidadãs de Berlim elegeu nesta semana a ginecologista de Colônia Monika Hauser para Mulher do Ano. Hauser destacou-se por seu trabalho junto às mulheres vítimas de agressões em tempos de guerra e crise. A associação fundada por ela, a Medica Mondiale, atua desde 1993, quando começou a auxiliar mulheres na guerra da Bósnia.

No momento, a Medica Mondiale concentra suas forças para promover socorro às vítimas do Talibã e da operação militar no Afeganistão. Com recursos financeiros e logística de auxílio, o objetivo é atuar tanto naquele país como no Paquistão. "Babás, professoras e enfermeiras serão amparadas por nós, para que assim elas também possam prestar assistência psicológica e social", explicou Hauser. O programa deverá começar na próxima primavera setentrional.

Ainda falta determinar precisamente em que locais serão instaladas frentes de ação. "Nós já estamos promovendo uma pesquisa nos dois países. Queremos saber quais organizações e estruturas de auxílio existem e como as refugiadas podem ser amparadas", afirma Hauser. Até o momento, a Medica Mondiale conta com aproximadamente 120 mil colaboradores na Bósnia, Kosovo e Albânia.

Violência contra mulheres - Hauser aponta o extermínio em massa de mulheres afegãs, desde a ascensão do regime Talibã, como um dos graves problemas no país. Essa agressão já vinha sendo denunciada pela ONG feminina RAWA (Organização Revolucionária das Mulheres Afegãs), em videodocumentários, antes mesmo da guerra.

No entanto, o regime extremista não é o único responsável pela violência. "Nas invasões de vilarejos, tanto o Talibã quanto a Aliança do Norte estupram sistematicamente as mulheres e jovens locais", revela Hauser e questiona: "E então é esse o comando que deve trazer a paz ao Afeganistão?"

Prêmio - A Mulher do Ano vem sendo escolhida desde 1982. Entre as dezenove personalidades premiadas, constam nomes ilustres como Rita Sussmuth, política do CDU e ex-presidente do Parlamento Alemão, Irmgard Schwaetzer, política liberal e ex-ministra da Família, Regine Hildebrandt, social-democrata e secretária dos Assuntos Sociais do estado de Brandemburgo, e Hanna Renate Laurien, membro do Comitê Central dos Católicos Alemães.

Fundada em 1865, a ONG Cidadãs de Berlim é considerada a mais antiga instituição independente voltada para os assuntos da mulher na Alemanha.