México precisa investigar casos de desaparecimentos, diz ONU
14 de fevereiro de 2015A ONU pediu nesta sexta-feira (13/02) que o México investigue corretamente os casos de desaparecimentos forçados, que considerou uma prática generalizada no país. A organização disse que esse crime conta com a participação de forças do Estado, como ficou claro no caso dos 43 estudantes que teriam sido assassinados no ano passado.
"O caso grave dos 43 estudantes sujeitos ao desaparecimento forçado em setembro de 2014 no estado de Guerrero mostra os desafios sérios que o México enfrenta em termos de prevenção, investigação e punição pelos desaparecimentos forçados e da busca pelos desaparecidos", reforçou a organização.
Um comitê da ONU apresentou um relatório com recomendações ao México e afirmou que é necessário que o governo do país investigue todos os desaparecimentos, inclusive os de imigrantes que estariam a caminho dos Estados Unidos.
"O comitê está preocupado com a impunidade em relação aos inúmeros casos denunciados de desaparecimento forçado, o que se expressa na quase inexistência de condenações por esses delitos", afirmou o relatório que pediu também a punição dos envolvidos.
Há mais de 11 mil casos de pessoas desaparecidas no país, segundo informou uma delegação mexicana à ONU. O Ministério do Interior do México contabilizou, no entanto, mais de 22 mil desaparecidos no ano passado.
O crime de desaparecimento forçado foi incluído na legislação mexicana. Porém, durante anos, policiais e membros das Forças Armadas nunca foram identificados como autores dessa prática.
O comitê pediu ao México a criação de um sistema especial de investigação para desaparecimentos forçados e que denúncias desse tipo de crime sejam investigadas imediatamente, diferente do que vem ocorrendo.
O México tem um ano para apresentar à ONU as medidas concretas que estão sendo tomadas em relação aos aspectos apresentados no relatório.
CN/rtr/dpa