Polyphonia Ensemble no Brasil
28 de novembro de 2011No final de 2011, seis músicos radicados em Berlim abandonam o frio do outono europeu para um encontro com os jovens músicos e o público do Brasil. Martin Kögel (oboé), Richard Obermeyer (clarinete), Jörg Petersen (fagote), Johannes Watzel (violino), Henry Pieper (viola) e Thomas Rösseler (violoncelo) são integrantes do Polyphonia Ensemble.
Num projeto patrocinado pela emissora Deusche Welle e o Ministério alemão das Relações Exteriores, eles oferecem, entre 29 de novembro e 4 de dezembro, uma série de master classes e concertos em Salvador da Bahia. Seus alunos são os músicos da Orquestra Juvenil da Bahia. Além disso, os instrumentistas alemães estreiam o septeto Variações Villa-Lobos, composto pelo paulista André Mehmari especificamente para o grupo.
Nascido como quinteto de sopros tradicional, e ampliado até quase a proporções de uma pequena orquestra de câmara, o Polyphonia Ensemble Berlin tem a flexibilidade instrumental e a amplitude de repertório como marcas registradas. Ele é um entre os vários conjuntos originários da Deutsches Symphonie-Orchester Berlin (DSO) e já realizou diversas turnês artístico-didáticas a convite da Deutsche Welle. Outras iniciativas nascidas dentro da orquestra berlinense incluem os quartetos de cordas Adamello e Danae, a banda de metais Brass Partout, a DSO Clarinet Section e o duo de percussionistas TWOtone.
Tradição de inovar
A DSO foi fundada em 1946 com o nome de RIAS-Symphonie-Orchester, a orquestra da "Rádio no Setor Americano" de Berlim. O húngaro Ferenc Fricsay foi seu primeiro maestro titular, estabelecendo padrões e definindo o repertório do conjunto.
Sua sonoridade era caracterizada por transparência, clareza estrutural e plasticidade. E a RIAS logo tornou-se conhecida por seu comprometimento com a música do século 20 e a habilidade de atrair regentes de primeiro escalão.
Em 1964, o jovem Lorin Maazel assumiu a responsabilidade artística pela orquestra, sendo sucedido por Riccardo Chailly em 1982 e Vladimir Ashkenazy de 1989 a 1999. O início da era Ashkenazy coincidiu com um significativo momento da história alemã: a queda do Muro de Berlim e a reunificação do país.
Para evitar confusão na nova paisagem cultural da Berlim reunificada, a orquestra decidiu em 1993 abrir mão de seu nome tradicional em favor de Deutsches Symphonie-Orchester Berlin.
No século 21
O nipo-americano Kent Nagano foi uma figura de grande influência na passagem da orquestra para o novo século. Ele foi nomeado seu maestro titular e diretor artístico no início da temporada 2000-2001, mantendo os cargos até 2006. Atualmente é maestro emérito da DSO.
Em setembro de 2007, Ingo Metzmacher assumiu, como primeiro alemão a encabeçar a orquestra. Em seu primeiro ano no cargo, ele explorou a relação específica entre a mente alemã e a música, sob o slogan Sobre a alma alemã.
Na temporada seguinte, o tema foi Aufbruch 1909 (arrancada, ruptura, reviravolta, revolução): uma investigação dos impulsos musicais revolucionários no período entre 1900 e a Primeira Guerra Mundial. Em 2010, o novo titular Alexander Steinbeis manteve o enfoque temático, no ciclo Figuras da Noite. Na temporada 2012/2013, Tugan Sokhiev, natural da Ossétia do Norte, assume a frente da DSO, inicialmente por quatro anos.
A DSO tem-se apresentado nas mais importantes salas de concertos da Europa, como o Auditório Nacional de Madri, o Palais des Beaux Arts em Bruxelas e o Megaron de Atenas, além se ser colaboradora assídua do Festival de Salzburgo e da Festspielhaus Baden-Baden. Suas turnês a têm levado pela Europa, Américas, Ásia e Oriente Médio.
A parceria com a emissora internacional alemã Deutsche Welle resultou numa série de concertos em cidades do Leste Europeu, assim como em turnês com grupos de câmara formados por participantes da Deutsches Symphonie-Orchester Berlin.
Autoria: Augusto Valente
Revisão: Carlos Albuquerque