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Macri: "Não há país que vá crescer tanto como a Argentina"

Carol Guerrero fc
8 de abril de 2017

O presidente argentino avalia os primeiros 16 meses de sua administração, abordando a greve geral no país e a situação na Venezuela. "Caracas não se classifica como uma democracia", afirma em entrevista exclusiva à DW.

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Presidente da Argentina, Mauricio Macri
Presidente da Argentina, Mauricio Macri, concedeu entrevista exclusiva à DWFoto: picture-alliance/AP Photo/V. R. Caivano

Após 16 meses na Casa Rosada, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, avalia que o país tem avançado, mas nem todos os argentinos notam as mudanças positivas. Em entrevista exclusiva para a Deutsche Welle, ele comenta ainda sobre a primeira greve geral enfrentada por seu governo, e as crises na Venezuela e Paraguai.

Num balanço de sua administração até o momento, o líder argentino disse que o ponto de partida foi difícil, e que os resultados obtidos ainda não chegaram a todos os argentinos. "Há muitos que não notam que há mudanças que estão sendo positivas, como em relação ao tema calote da dívida, e ao cepo cambiário, que impedia o comércio exterior."

Para Macri, todas essas alterações estão trazendo de volta uma abertura da Argentina ao mundo, e lentamente seu governo tem substituído a tendência de estancamento, dos cinco anos anteriores, por uma de lento crescimento, que espera ser maior nos próximos meses e anos. "Não há país no mundo que possa crescer tanto nos próximos 20 anos como vai crescer a Argentina", frisou.

Sobre a paralisação nesta quinta-feira (06/04) de setores-chaves do país em protesto contra as medidas de austeridade, Macri assegura que "estamos sempre abertos ao diálogo". "Esperamos, setor por setor, sentarmos – trabalhadores, empresas e governo – e fixarmos condições para melhorar a produtividade, porque, se fizermos isso, vamos defender melhor nossos postos de trabalho e criar novos. Esse é o caminho para reduzir a pobreza, que é o meu principal compromisso."

Crise na Venezuela e Mercosul

Segundo o chefe de Estado, a crise no Paraguai não tem nada a ver com a da Venezuela. Pois o Paraguai votou uma lei no Congresso, de acordo com a Constituição, e um grupo não aceitou a votação. "Diferente da Venezuela, que vem violando sistematicamente os direitos humanos e que, para mim, claramente não se classifica como uma democracia. Temos pleiteado de forma contundente a partir do Mercosul e da Organização dos Estados Americanos (OEA)."

Ao ser indagado sobre o futuro de Caracas no Mercosul, o político conservador replicou que "ninguém sabe" e que "a situação é muito preocupante". "Temos que acompanhar o tema de perto e continuar fazendo a pressão que pudermos a favor de um calendário eleitoral, da libertação dos presos políticos e de que se respeite a independência de poderes. Mas se a violação dos direitos humanos continuar, a reivindicação, pelo menos da Argentina, será a expulsão [de Caracas]."

Mauricio Macri afirmou também que o Mercosul está se solidificando, que a relação da Argentina com Brasil, Uruguai e Paraguai está melhor do que nunca, e que todos estão convencidos de que o bloco tem que ser fortalecido e convergir em direção à Aliança do Pacífico. "Isso, ao mesmo tempo que negociamos com a União Europeia o tratado de livre-comércio, que é uma grande oportunidade para ambos. Com o Brexit, convém aos europeus terem um acordo com um bloco de tanto futuro como o Mercosul, e vice-versa."