Número 1 na lista de criminosos nazistas é localizado em Budapeste
16 de julho de 2012O Centro Simon Wiesenthal confirmou neste domingo (15/07) que o húngaro László Csatáry, acusado de cumplicidade na morte de 15.700 judeus e primeiro na lista de procurados do centro, foi localizado em Budapeste, capital da Hungria.
"Confirmo que László Csatáry foi identificado em Budapeste", disse o diretor do centro, Efraim Zuroff, à agência de notícias AFP. Segundo ele, há dez meses o centro recebeu de um informante dados que ajudaram a localizar o acusado, hoje com 97 anos. O centro prometia uma recompensa de 25 mil dólares a quem fornecesse informações que ajudassem na busca.
A informação foi levada à procuradoria de Budapeste em setembro de 2011. "Na semana passada foram fornecidas novas informações à procuradoria em Budapeste sobre crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial pelo 'homem mais procurado', László Csatáry", disse Zuroff à AFP.
De acordo com o Centro Simon Wiesenthal, as recentes provas relacionam o envolvimento de Csatáry na deportação de cerca de 300 judeus para a Ucrânia em 1941. Praticamente todos foram mortos.
O diário britânico The Sun teve acesso às informações e colaborou na localização do acusado. Repórteres fotografaram, filmaram e chegaram a confrontar Csatáry diante de sua residência, mas este negou qualquer crime.
Com a investigação em andamento, Zuroff diz que a idade avançada ou a passagem do tempo não diminuem a culpa de Csatáry.
Condenado à morte
Segundo o Centro Simon Wiesenthal, Csatáry serviu como comandante da polícia durante a Segunda Guerra Mundial na cidade de Kosice (então pertencente à Hungria, hoje à Eslováquia).
Ele é acusado de ter auxiliado na deportação de milhares de judeus de Kosice e arredores para o campo de concentração de Auschwitz no outono de 1944.
Em 1948, uma corte tcheca condenou Csatáry à morte, num julgamento sem a presença do acusado. Ao final da Segunda Guerra, Csatáry fugiu para o Canadá, onde trabalhou comercializando objetos de arte sob uma falsa identidade, sendo desmascarado em 1995 e obrigado a fugir novamente, desta vez para a Hungria.
GMF/lusa/afp
Revisão: Alexandre Schossler