Na Casa Branca, Trump evita comentar sobre eleições
14 de novembro de 2020O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez suas primeiras declarações públicas nesta sexta-feira (13/11) desde que as projeções passaram a apontar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais.
No Rose Garden da Casa Branca, Trump se limitou a comentar sobre o quadro atual da pandemia de covid-19 no país. Ele disse que a vacina contra o coronavírus deverá estar disponível para toda a população americana até abril, enquanto o país vive um aumento exponencial nas contagens de casos e mortes em razão da doença.
O presidente pela primeira vez deu sinais de que compreende que poderá deixar em breve a presidência, enquanto afirmava que seu governo jamais colocaria o país em um lockdown para conter o coronavírus.
”Idealmente, não vamos entrar em lockdown. Este governo não entrará em lockdown”, afirmou. "Espero que o... o que quer que aconteça no futuro... quem sabe qual será o governo. Acho que o tempo dirá”, disse Trump, evitando mencionar o nome de Joe Biden.
Desde as eleições no dia 3 de novembro, Trump insiste em lançar acusações infundadas de fraude no processo eleitoral, mas se absteve de repeti-las para a imprensa durante o curto pronunciamento na Casa Branca, após o qual, ele se recusou a responder as perguntas dos jornalistas.
Na última vez que o presidente havia se pronunciado sobre as eleições, dois dias após a votação, ele afirmou que se os votos "legais” fossem contados ele venceria facilmente a disputa com Biden. Nesta sexta-feira, porém, o democrata solidificou sua vantagem ao vencer a votação nos estados do Arizona e da Georgia, normalmente considerados redutos republicanos.
Com o resultado, Biden abriu uma ampla vantagem em relação a Trump, ao conquistar 306 votos dos colégios eleitorais contra 232 do republicano, o que já inclui a provável vitória do presidente na Carolina do Norte.
O democrata também saiu vitorioso na contagem do voto popular, com vantagem de mais de 5,3 milhões (50,8%) de eleitores à frente de Trump, o que equivale uma diferença de 3,4%.
Apesar da insinuação de Trump, Biden não chegou a defender um lockdown nacional. Ele porém, pediu ao atual incumbente ações urgentes para conter a disseminação do vírus. "Essa crise não respeita datas no calendário”, alertou.
Biden, em sua primeira aparição como presidente eleito dos Estados Unidos, já havia deixado claro que o combate à pandemia será sua prioridade número um. Ele prometeu um "plano de ação", a ser implementado logo que assumir o cargo, em 20 de janeiro de 2021. "Esse plano será construído com base nos alicerces da ciência", afirmou. "Será construído com compaixão, empatia e preocupação."
O presidente eleito apresentou uma força-tarefa para combater o coronavírus formada por 13 profissionais com considerável conhecimento e experiência na área médica. Entre seus integrantes está a médica brasileira Luciana Borio, especialista em biodefesa, doenças infecciosas e saúde pública do think tank Council on Foreign Relations.
RC/rtr/ap