Nascidos para jogar futebol
Artilheiros natos, adeptos do futebol-arte, craques injustiçados e gênios inesquecíveis. Eles marcaram época com a camisa canarinho, que hoje, não à toa, leva a frase: "Nascido para jogar futebol".
Ao Jardim Irene, com orgulho
Em 30 de junho de 2002, o mundo conheceu o Jardim Irene. Isso porque Cafu quebrou o protocolo, escreveu o nome do bairro paulistano em seu uniforme e subiu no pedestal para levantar a taça. O capitão do penta é o brasileiro com o maior número de jogos em Mundiais (20) e também o único na história a ter atuado em três finais de Copa: 1994, 1998 e 2002.
O sorriso da arte do futebol
Ronaldinho Gaúcho é certamente um dos maiores jogadores deste século. Com extrema habilidade e toques de genialidade, deixava em campo a impressão que não bastava jogar bem futebol - tinha que dar show. Ronaldinho combinou como poucos os lados profissional e artístico do esporte. E isso sempre com muitos títulos e um sorriso.
A redenção do Fenômeno
Duas graves lesões no joelho direito mantiveram Ronaldo fora dos gramados por quase dois anos. Mesmo sem ritmo de jogo, ele foi convocado para a Copa de 2002 e fez jus ao apelido de Fenômeno: marcou oito gols - dois na final contra a Alemanha - e foi o principal nome da conquista do pentacampeonato. Hoje, Ronaldo é o maior artilheiro na história dos Mundiais, com 15 gols.
O gênio da grande área
Romário sempre foi a antítese do jogador profissional. Não gostava de treinar, era boêmio e se envolvia em polêmicas. Mas em campo, o Baixinho era sinônimo de gol. Foram mais de mil - segundo suas próprias contas. Em 1994, Romário mostrou ao ainda jovem Ronaldo como se conquista uma Copa do Mundo.
O "Pelé branco"
Zico não ter conquistado uma Copa do Mundo é provavelmente uma das maiores injustiças do futebol. Apelidado de "Pelé branco", o Galinho era magistral com a bola nos pés, seja marcando gols, dando assistências cirúrgicas ou em cobranças milimétricas de falta. O talento do clássico camisa 10 não foi suficiente nas Copas de 78, 82 e 86.
Doutor na bola e na vida
Esguio e de passadas largas, Sócrates esbanjava elegância em campo. Para agilizar as jogadas, aperfeiçoou o passe de calcanhar - sua marca registrada. Fora dos gramados, o "Doutor" - apelido que ganhou graças ao diploma de Medicina - participou ativamente das "Diretas Já" e do processo de democratização do Brasil. Morreu em 2011, depois de longa luta contra o alcoolismo.
O Rei do Futebol
"Assim como só houve um Beethoven e um Michelangelo na história, só há um Pelé", disse o próprio Pelé, em 1994. Como jogador foram 1282 gols em 1367 partidas, três conquistas de Copas do Mundo, dois títulos mundiais interclubes, o único atleta a marcar em quatro Copas. A lista dos feitos de Pelé é imensa. Não é à toa que ele é considerado o Atleta do Século e o Rei do Futebol.
O "Anjo das Pernas Tortas"
As pernas tortas, sendo a da direita seis centímetros mais curta que a esquerda, não impediram Garrincha de se tornar um dos maiores dribladores do futebol mundial. O "Anjo das Pernas Tortas" literalmente endiabrava os adversários. Ao lado de Pelé, nunca perdeu um jogo pela seleção brasileira. A Copa de 62 ele praticamente ganhou sozinho, depois da contusão de Pelé.
O "Mr. Football"
Eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 1958, Didi recebeu o apelido de "Mr. Football" da imprensa europeia. O craque impressionava com sua elegância e a invenção de uma técnica especial nas cobranças de falta - a tal da "folha seca", hoje imitada, por exemplo, por Cristiano Ronaldo. E nada mais adequado do que ser Didi o criador da frase "jogo bonito" para o futebol arte.
A sabedoria do "Velho Lobo"
Mário Jorge Lobo Zagallo é o personagem mais vitorioso na história do futebol brasileiro. O "Velho Lobo" conquistou duas Copas do Mundo como jogador - 58 e 62 - e duas fazendo parte da comissão técnica - 70 e 94. Zagallo foi um ponta-esquerda veloz, mas que ajudava na marcação, permitindo que o Brasil inovasse na Copa de 58: nascia ali o esquema tático 4-3-3.
O capitão do gesto imortal
"Bellini, levanta a taça, levanta, Bellini!", gritaram os fotógrafos. O capitão da seleção brasileira na Copa de 1958 atendeu aos pedidos e ergueu o troféu para que os ali presentes podessem vê-lo. Sem querer, Bellini imortalizou um gesto, que passou a ser repetido nas conquistas esportivas mundo afora. Além de 58, Bellini também foi campeão mundial em 1962.
A maldição do Maracanazo
“A pena máxima no Brasil é de 30 anos, mas pago há 50 por um crime que não cometi”, desabafou Barbosa em 2000, o ano de sua morte. Barbosa morreu esquecido e marginalizado. Poucos lembram que ele foi um goleiro magistral. Mas o gol de Ghiggia o amaldiçoou. Barbosa carregou o fardo da derrota na final da Copa de 50 sozinho, até o fim de sua vida.
O ídolo do Rei
"Zizinho foi o maior que eu vi." A frase dita por Pelé já demonstra a grandeza do "Mestre Ziza" para o futebol brasileiro. Zizinho é considerado um dos jogadores mais completos da história. Dominava todos os fundamentos perfeitamente. Foi um dos poucos jogadores que saiu ileso das críticas depois do Maracanazo na Copa de 1950, o grande trauma do esporte brasileiro.
O primeiro craque
Filho de comerciante alemão e lavadeira brasileira, Arthur Friedenreich foi o grande craque da era amadora no Brasil - os anos 20 e 30. Um colega de equipe teria registrado a carreira de Fried e divulgou a estatística de 1.239 gols em 1.329 partidas. Um estudo posterior cita 558 gols em 562 jogos. De qualquer maneira, são números antológicos e que fazem de Fried um mito do futebol brasileiro.
A esperança do Hexa
Neymar é o astro da atual geração do futebol brasileiro e grande esperança para a conquista do hexacampeonato mundial. A importância de Neymar para a seleção ficou evidente com o título da Copa das Confederações, em 2013. Porém, em sua primeira temporada no Barcelona, o jovem atacante vem sendo contestado. A Copa é a grande chance de Neymar provar que está à altura dos craques mundiais.