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Negociações com Irã esbarram em ponto-chave

30 de março de 2015

Potências mundiais tentam, a menos de dois dias do fim do prazo, convencer Teerã a aceitar termo fundamental para um acordo nuclear: o envio para o exterior de suas reservas de urânio enriquecido.

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Negociações em Lausanne, na Suíça
Foto: picture-alliance/AP Photo/Smialowski

As negociações entre as seis potências mundiais e o Irã foram retomadas nesta segunda-feira (30/03), com o desafio de superar um obstáculo inesperado, capaz de comprometer um acordo a menos de 48 horas do fim do prazo: Teerã se recusa a aceitar enviar para o exterior suas reservas de urânio enriquecido, ponto-chave das conversas que se desenrolam na Suíça.

O refugo da delegação iraniana, anunciado no domingo, surpreendeu porque Teerã há meses vinha concordando em enviar suas reservas à Rússia, onde não estariam acessíveis para uso em um eventual programa armamentista.

"A exportação de nossos estoques de urânio enriquecido não está em nosso programa, e nós não planejamos enviá-los para o exterior", disse o vice-chanceler iraniano, Abbas Araqchi à agência de notícias AFP na noite de domingo.

Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China querem a suspensão, por pelo menos dez anos, das atividades nucleares considerados mais sensíveis do Irã.

Teerã, que nega estar desenvolvendo armas atômicas, exige o fim de sanções internacionais, que há anos vêm minando sua economia, e o direito de enriquecer urânio para fins médicos e para a geração de energia.

As potências ocidentais consideram a possibilidade de permitir ao Irã que conduza um trabalho limitado e monitorado de enriquecimento, voltado para fins médicos, em uma instalação subterrânea.

Originalmente, o Irã insistiu em manter em funcionamento as cerca de dez mil centrífugas que utiliza atualmente, mas, em novembro, acenou que poderia aceitar em torno de seis mil – como defende Washington.

Israel, que se sente especialmente ameaçado pela possibilidade de um Irã com armas nucleares, é opositor ferrenho das negociações. E disse, no fim de semana, que os detalhes de um possível acordo vindo de Lausanne eram ainda piores do que temia.

Todas as partes de um acordo nuclear são interligadas, ou seja: se não houver consenso sobre um ponto, as negociações como um todo podem fracassar.

RPR/dpa/afp