Nelson Mandela, ícone da liberdade
Em 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela deixou prisão após 27 anos. Herói sul-africano queria que seu país se tornasse modelo para África. Mais tarde, xenofobia se espalharia pela África do Sul, destruindo esse sonho.
Pai da África
Mandela foi uma figura-chave no Congresso Nacional Africano. Suas atividades em nome do movimento de libertação resultaram em prisão por traição. Após ser libertado, foi eleito presidente da África do Sul em 1994. Apesar de aposentado em 1999, ele permaneceu ativo como principal estadista africano. Sua morte, em dezembro de 2013, aos 95 anos, comoveu todo o mundo.
Opressão como sistema político
Os colonialistas europeus introduziram um governo de minoria branca conhecido como apartheid na década de 1940. Este incluía um sistema básico de classificação racial, no qual os sul-africanos eram classificados como "brancos", "negros", "mestiços" ou "indianos", e segregados à força. Líderes da resistência como Mandela tentaram substituir o sistema por uma "nação arco-íris".
Um homem livre
Em 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela deixou a Prisão Victor Verster, nos arredores da Cidade do Cabo, como parte de um acordo para pôr fim ao apartheid. O ícone da resistência e sua esposa, Winnie Madikizela-Mandela, cumprimentaram a multidão com punhos cerrados. Mandela passou 27 anos na prisão, principalmente na Ilha Robben, na ponta da África.
História de sofrimento e violência
Quando o regime de minoria branca começou a desmoronar, gerações de sul-africanos haviam sofrido sob as repressivas políticas de opressão racial, discriminação e segregação, No fim dos anos 80, negociações secretas para transferência de poder ocorreram enquanto a violenta luta antiapartheid ganhava impulso. Demandas pela libertação de Mandela e outros presos políticos concentravam as atenções.
Prêmio Nobel da Paz
Em reconhecimento por seus esforços para negociar o fim do apartheid, Mandela e Frederik Willem de Klerk – último líder branco da África do Sul – receberam em conjunto o Prêmio Nobel da Paz de 1993. No ano seguinte Mandela se tornou o primeiro presidente eleito democraticamente e o primeiro chefe de Estado negro do país, nomeando De Klerk como um de seus vices.
Líder pan-africano
Pan-africano por natureza, Mandela visitou Zâmbia, Tanzânia e Nigéria para agradecer pelo apoio no combate ao apartheid. Ele nunca se cansou de ajudar líderes africanos na busca pela paz, fosse no Zaire, República Democrática do Congo, Burundi ou Lesoto. O resultado nem sempre foi positivo, mas Mandela deixou claro que queria a unidade, o desenvolvimento e a paz africanos.
Fim de um sonho pan-africano?
Após a libertação de Mandela, a África do Sul e sua promessa de nação arco-íris atraíram povos vizinhos. Nigerianos, burundianos e congoleses receberam refúgio, enquanto zimbabuenses, etíopes e somalis abraçaram a nação livre. Mas, desde meados da década de 2000, a xenofobia se espalhou pelo país, e multidões enfurecidas de sul-africanos se voltaram violentamente contra seus concidadãos africanos.