Nem título intercontinental salvou Bayern da decadência
18 de maio de 2002Depois de sagrar-se tricampeão alemão e conquistar a Liga dos Campeões em 2001, o Bayern de Munique fez uma temporada decadente. Não faltou quem previsse a perda de motivação de seu escrete de estrelas, por "falta de desafio". As únicas contratações (Pizarro, Robert Kovac e Thiam) do clube bávaro não chegaram a alimentar a concorrência entre os jogadores.
A derrota para o Borussia Mönchengladbach (então egresso da segunda divisão) logo na primeira rodada do Campeonato Alemão serviu de prenúncio do que estava por vir ao time de Munique. A princípio, o Bayern reagiu. De meados de setembro a outubro, viveu seus melhores momentos. Uma goleada atrás da outra, tanto na Bundesliga quanto na Liga dos Campeões. Não havia quem detivesse Élber e Pizarro.
Resultado, na 10ª rodada do Campeonato Alemão, o Bayern assumira a liderança. Somente por três rodadas. Os três pontos deixados na estréia em Mönchengladbach o puniram por toda a temporada. Não fossem eles, o time bávaro teria comemorado o primeiro tetracampeonato da história da Bundesliga.
Para a má campanha, colaborou ainda uma certa dose de azar. Em vez de encontrarem-se em campo, os craques passaram a se ver no Departamento Médico do clube, que quase transformou-se em hospital, diante da demanda. Quando o armador Effenberg foi liberado, esperava-se que o time engrenasse de novo. Pelo contrário, o capitão levou os bávaros a uma incrível seqüência de resultados negativos.
Nisto tudo, a conquista do título intercontinental em Tóquio, em novembro, foi um momento quase único de felicidade. Após o recesso de inverno, o otimismo bávaro esfriou logo na reestréia, quando apanhou de 5 a 1 do Schalke. O Bayern só conseguiu recuperar-se mesmo depois de sua eliminação da Copa Alemanha (pelo mesmo Schalke) e da Liga dos Campeões (pelo Real Madrid). Então pôde se dedicar à Bundesliga e terminou em terceiro lugar (e com a defesa menos vazada), salvando ainda a chance de vir a disputar a próxima Liga dos Campeões.
Depois das férias, o Bayern começará a montar uma nova equipe. Effenberg, Paulo Sérgio, Jancker e Sforza foram dispensados. Deisler, Ballack e Zé Roberto chegam trazendo sangue novo. Os dois últimos, após uma temporada brilhante no Bayer Leverkusen.