Netanyahu apela por perdão a soldado israelense
4 de janeiro de 2017O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apelou nesta quarta-feira (04/01) para que um soldado israelense condenado pela morte de um palestino seja perdoado.
Elor Azaria, que matou com um tiro na cabeça um agressor palestino que estava ferido e imobilizado no chão em março do ano passado, pode pegar até 20 anos de prisão.
"É um dia difícil e doloroso para todos nós, acima de tudo para Elor e sua família, as forças armadas israelenses e os seus pais, e para mim, inclusive", escreveu Netanyahu em sua página no Facebook. O primeiro-ministro também ligou para os pais do soldado antes do veredicto para demonstrar apoio.
Dezenas de manifestantes entraram em atrito com a polícia nas proximidades do quartel-general onde o veredicto foi anunciado, em Tel Aviv, entre gritos contra os árabes e contra a esquerda israelense, que apoiou a condenação do militar. Os juízes concluíram que não havia motivo para o soldado matar o palestino, que não representava qualquer ameaça.
Vídeos na internet mostram o palestino Abdul Fatah al-Sharif, de 21 anos, deitado no chão após ferir levemente, com uma faca, um soldado em Hebron, na Cisjordânia. Sem qualquer provocação aparente, Azaria se aproxima e dispara contra a cabeça de Sharif.
Divisão
Além de Netanyahu, políticos de direita e juristas também pediram por clemência depois do resultado do julgamento que dividiu Israel. O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, ressaltou que as forças armadas "devem se manter afastadas do debate político". Ele disse que não concorda com a decisão dos juízes, mas pediu que fosse respeitada.
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, que pode oferecer perdão a Azaria, esclareceu num comunicado divulgado nesta quarta-feira que o pedido deve ser apresentado pelo próprio requerente, um advogado ou um parente próximo.
O episódio ocorreu em meio a uma onda de ataques por parte de palestinos, deflagrada em outubro de 2015. As forças israelenses são acusadas de empregar uso excessivo da força em diversas ocasiões, apesar de as autoridades afirmarem que os militares agem adequadamente para proteger os civis e a si próprios.
KG/dpa/ap