Netflix anuncia série sobre a Lava Jato
15 de abril de 2016O serviço de streaming Netflix anunciou nesta sexta-feira (15/04) que produzirá uma nova série original baseada nas investigações da Operação Lava Jato. As gravações começam ainda neste ano, e o lançamento é previsto para 2017.
O roteiro será escrito por Elena Soares (Xingu, Filhos do Carnaval e Casa de Areia). Já a direção ficará a cargo do cineasta brasileiro José Padilha, que já assina a série Narcos, produção original da Netflix sobre a vida do narcotraficante Pablo Escobar.
"Esse projeto vai narrar a operação policial em si e mostrar detalhes sobre o maior esquema de corrupção já visto no Brasil", disse Padilha em comunicado distribuído à imprensa. Segundo o diretor, a história será retratada de forma imparcial.
No mesmo comunicado, o vice-presidente de conteúdo internacional da Netflix, Erik Barmack, falou sobre a escolha de Padilha para a direção. "Ele está bem posicionado para documentar esse momento importante da história brasileira", disse o executivo.
A produção ainda não tem título definido. A empresa também não especificou o número de episódios da primeira temporada ou o valor que pretende investir na nova série.
Esta será a segunda produção da Netflix no país. Em 2015, o serviço anunciou o lançamento da série de ficção científica 3%, mais voltada ao público jovem e que deve chegar à plataforma ainda neste ano.
Crise brasileira sob holofotes
O Brasil e seus recentes acontecimentos, como a própria Operação Lava Jato e o processo que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff, têm atraído atenção internacional.
Em março, uma reportagem publicada pelo jornal alemão Die Zeit comparou a atual crise política com as intrigas da série americana House of Cards, também produzida originalmente pela Netflix. Na obra, o inescrupuloso político Frank Underwood faz de tudo para acumular e manter poder.
"Por estes dias, é difícil entender por que ainda há pessoas que se interessam por House of Cards. Elas não acompanham as notícias da política brasileira?", perguntou o correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Thomas Fischermann.
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