Nigéria se inspira no passado para buscar o improvável contra a Espanha
22 de junho de 2013É com a benção de suas antigas estrelas e com uma inspiração em glórias passadas que a Nigéria entra em campo, neste domingo (22/06), no Castelão, em busca daquilo que muitos consideram improvável: vencer a Espanha e conquistar uma das duas vagas do grupo B nas semifinais da Copa das Confederações.
O momento hoje é, no entanto, bem diferente daquele da Copa de 1998, quando os nigerianos venceram, por 3 a 2, sua única partida oficial até aqui contra os espanhóis. As Super Águias tinham em campo sua melhor geração, com nomes como Jay-Jay Okocha e Nwankwo Kanu, e a Fúria um grupo de grandes jogadores, como Hierro e Raúl, mas marcado por sucessivos fracassos.
“A história nos lembra que sempre que os comentaristas nos consideram fora, sempre nos reerguemos. Estamos com as Super Águias”, escreveu no Twitter Kanu, carrasco do Brasil nos Jogos Olímpicos de Atlanta.
Já minada por problemas internos – uma disputa por premiação com a federação nacional quase levou o time a não embarcar para o Brasil –, a Nigéria vem de uma derrota para o Uruguai (2 a 1) e precisa vencer para ainda sonhar com a classificação. Os africanos estão em segundo lugar no grupo B, com três pontos e cinco gols de saldo, seguidos do Uruguai, dono dos mesmos três pontos, mas com zero de saldo.
A Celeste, no entanto, tem pela frente o frágil Taiti. E uma provável goleada pode definir a classificação, mesmo em caso de vitória nigeriana sobre a Espanha, líder do grupo com duas vitórias em dois jogos.
Para não deixar chances ao azar, o técnico Vicente Del Bosque deve voltar com o time titular. A única mudança em relação ao time que estreou contra o Uruguai deve ser a entrada de Victor Valdés no lugar de Ilker Casillas no gol. Nunca na história da Copa das Confederações um treinador usou três goleiros diferentes na fase de grupos – contra o Taiti jogou Pepe Reina.
O ataque também deve ser mantido, apesar da boa atuação contra o Taiti de Fernando Torres e David Villa, autores de quatro e três gols, respectivamente.
“Não temos apenas 11 titulares. Qualquer um dos 23 que estão aqui podem jogar”, disse Del Bosque. “Vamos seguir nosso planejamento e no domingo utilizaremos outros jogadores, que estejam em condições perfeitas de jogo.”
Prováveis escalações:
Espanha: Victor Valdés; Álvaro Arbeloa, Sérgio Ramos, Gerard Piqué e Jordi Alba. Sergio Busquets, Xavi Hernández e Andrés Iniesta; Cesc Fábregas; Pedro Rodríguez e Roberto Soldado. Técnico: Vicente del Bosque.
Nigéria: Vincent Enyeama; Efe Ambrose, Kenneth Omeruo, Godfrey Oboabona, Uwa Echiejile; Fedor Ogude, Obi Mikel, Sunday Mba; Nnamdi Oduamadi, Ahmed Musa e Anthony Ujah. Técnico: Stephen Keshi.
Local
Castelão – Fortaleza
Árbitro
Joel Aguilar (El Salvador), auxiliado por seus compatriotas William Torres Mejía e Juan Galán
Destaques
Espanha
Xavi: O meio-campista do Barcelona é, cada vez mais, líder da seleção espanhola. Em entrevista coletiva no sábado, Toni Grande, auxiliar de Del Bosque, admitiu que Xavi discute abertamente com a comissão técnica sobre o time a ser escalado.
Nigéria
Enyeama: Se a Nigéria quiser sair do Castelão com a vitória, não sofrer gols é fundamental. E parte da responsabilidade de parar o ataque da Fúria será de Enyeama. O goleiro de 30 anos, que joga no futebol israelense, é um dos mais experientes do elenco: já disputou mais de 80 jogos com a camisa negeriana.
Retrospecto
Nigéria e Espanha só se enfrentaram uma vez em sua história. Foi na Copa de 1998, na França, na fase de grupos. Os africanos venceram por 3 a 2, gols de Oliseh, Lawal e Adepoju. Raúl e Hierro descontaram para a Fúria.
Curiosidade
Apesar de hoje serem reservas, David Villa e Fernando Torres já marcaram, juntos, mais de 90 vezes com a camisa espanhola. Com 56 gols, Villa é o maior artilheiro da história da Fúria, seguido por Raúl (44) e pelo próprio Torres (35).