No Maracanã, Alemanha enfrenta críticas e França em ascensão
4 de julho de 2014A história do futebol mostra que em clássicos não se aponta favorito. Especialmente em quartas de final da Copa do Mundo; sobretudo quando se trata de uma rivalidade histórica; e ainda que em campo nesta sexta-feira (04/07), no Maracanã, de um lado esteja uma França em harmonia e, do outro, uma criticada Alemanha.
A Alemanha chegou à Copa como favorita. Mas viu a euforia da goleada sobre Portugal se transformar em contestação com o tropeço contra Gana e as vitórias apertadas contra Estados Unidos e Argélia. No centro das críticas, está o esquema do técnico Joachim Löw.
Uma enquete promovida pela rede de TV ARD mostrou que 93% dos alemães querem ver Philipp Lahm jogando na lateral, o que Löw já deixou claro que só acontecerá em situações de emergência. O técnico vem preferindo escalar Bastian Schweinsteiger no lugar de Sami Khedira e improvisar zagueiros de ofício – Jérôme Boateng e Benedikt Höwedes – nas laterais do que ter que mudar a posição de seu capitão em campo.
Outro ponto sensível no time alemão é Mesut Özil, meia de qualidade indiscutível, mas, para os críticos, omisso em momentos decisivos. Löw rebate com firmeza todos os questionamentos: "Özil foi o melhor da Copa de 2010 e da Eurocopa de 2012, não se esqueçam disso. Não entendo as críticas a ele e a Lahm. Tenho plena confiança em meus jogadores".
Confiança em seus jogadores também tem o técnico francês Didier Deschamps. E não poderia ser diferente. Antes da Copa, poucos se arriscavam em pôr a França entre os favoritos. Mas os "bleus" parecem vir fazendo o caminho oposto do alemão nesta Copa: mesmo sem Franck Ribery, a cada partida se mostram uma equipe mais sólida.
Desde a vitória por 3 a 0 sobre a Ucrânia na repescagem das Eliminatórias, a França não sabe o que é perder. Já são oito jogos de invencibilidade e, em seis deles, balançou as redes. Deschamps apostou em jovens para apagar a péssima imagem deixada pela campanha de 2010, quando a França foi eliminada na fase de grupos e viveu um motim de jogadores.
Para a partida no Maracanã, o técnico tem ainda duas dúvidas: Mathieu Debuchy, com dores no quadril, e Olivier Giroud, mal na partida contra a Nigéria, podem dar lugar a Bakary Sagna e Antoine Griezmann, que foi decisivo nas oitavas de final.
Prováveis escalações
França: Hugo Lloris; Mathieu Debuchy (Bakary Sagna), Raphael Varane, Mamadou Sakho e Patrice Evra; Yohan Cabaye, Paul Pogba, Blaise Matuidi e Mathieu Valbuena; Olivier Giroud (Antoine Griezmann) e Karim Benzema. Técnico: Didier Deschamps
Alemanha: Manuel Neuer; Jérôme Boateng, Per Mertesacker, Matt Hummels, Benedikt Höwedes; Phllip Lahm, Bastian Schweinsteiger; Mario Götze, Toni Kroos, Mesut Özil; Thomas Müller. Técnico: Joachim Löw
Local
Maracanã, Rio de Janeiro
Arbitragem
O argentino Néstor Pitana (Argentina), auxiliado por seus compatriotas Hernan Maidana e Juan Pablo Belatti.
Destaques
França
Karim Benzema: Sua atuação na vitória sobre a Nigéria foi mais marcada pelo desperdício de chances do que por uma grande exibição. Mesmo assim, ele é a figura mais perigosa do ataque francês e é o artilheiro da equipe no torneio, com três gols.
Alemanha
Thomas Müller: Passou em branco contra a Argélia, mas fez a jogada do gol de André Schürrle, que abriu caminho para a complicada classificação alemã. Ele marcou quatro vezes no Mundial do Brasil e, apesar dos apenas 24 anos, já soma oito gols em Copas.
Retrospecto
A França é superior: são 11 vitórias, oito derrotas e seis empates, com 42 gols marcados e 41 sofridos.
Último confronto
Foi num amistoso em fevereiro de 2013, em Paris. A Alemanha venceu por 2 a 1, com gols de Müller e Khedira. Valbuena descontou para os franceses.