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Nonagenário acusado de crimes em Auschwitz irá a julgamento

16 de dezembro de 2014

Tribunal Regional de Lüneburg, na Alemanha, confirma julgamento de réu de 93 anos. Ele trabalhou como voluntário no campo de concentração durante dois meses em 1944 e sabia das execuções nas câmaras de gás.

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Foto: picture-alliance/dpa

O Tribunal Regional de Lüneburg declarou nesta terça-feira (16/12) que sua revisão do caso contra o réu Oskar G., de 93 anos, expôs provas suficientes para que ele seja levado a julgamento. A data para início do processo ainda não foi anunciada.

A promotoria pública acusa o ancião de ter trabalhado como voluntário no campo de concentração de Auschwitz por dois meses, em 1944. Ele seria o encarregado de confiscar as bagagens e o dinheiro dos prisioneiros que chegavam ao local.

Durante os 60 dias, estima-se que 137 trens tenham desembarcado em Auschwitz, trazendo 425 mil pessoas, a maioria da Hungria. Pelo menos 300 mil foram assassinadas imediatamente.

"O acusado sabia que, como parte do processo de seleção, quem não era escolhido para trabalhar e ouvia que iria para os chuveiros era, na verdade, encaminhado para as câmaras de gás, para ser morto de maneira dolorosa", afirmou o tribunal numa nota publicada em setembro. Segundo a corte, das 16 pessoas que se apresentaram, entre sobreviventes e familiares de vítimas, oito foram aceitas como testemunhas.

Durante o regime nazista, entre 1933 e 1945, foram mortos na Europa cerca de 6 milhões de judeus, assim como nômades de etnia rom, homossexuais, deficientes físicos e oposicionistas políticos. Passado 70 anos, porém, a maioria dos suspeitos de participação nos crimes nazistas já morreu ou não está em condições de responder a julgamento.

MSB/rtr/ap/ dpa