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Nova coalizão com Merkel vira teste de força para Schulz

15 de janeiro de 2018

Líder social-democrata, que depois da eleição havia se declarado contra uma nova aliança com a chanceler, tenta agora convencer SPD do contrário. Se não conseguir, seus dias na liderança partidária devem estar contados.

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Deutschland PK Sondierungsgespräche in Berlin Schulz
Foto: Getty Images/AFP/J. Macdougall

O líder do Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz, começou nesta segunda-feira (15/01), em Dortmund, um giro pela Alemanha para tentar convencer seus correligionários a aprovar o pré-acordo para formar uma nova coalizão de governo com a União Democrata Cristã (CDU), de Angela Merkel, e a União Social Cristã (CSU).

Num encontro com delegados da Vestfália, Schulz afirmou que o SPD conseguiu impor vários pontos na pré-negociação. "O que conseguimos impor justifica o início de negociações para uma nova coalizão."

Líderes chegam a acordo para negociar coalizão na Alemanha

A reedição da chamada grande coalizão de governo (por reunir as duas maiores bancadas), entre conservadores e social-democratas, acabou se tornando um teste de força para Schulz, que, logo após o resultado da eleição de setembro, havia se declarado contra a aliança. Se ele não conseguir convencer o partido do acordo firmado com os conservadores, dificilmente conseguirá permanecer na presidência.

Schulz iniciou sua turnê pelo estado de Renânia do Norte-Westfália, onde o SPD tem sua regional mais poderosa e especialmente crítica ao pacto. A oposição vem sobretudo da ala mais à esquerda, que quer mudanças no texto. Já a ala jovem, conhecida como Jusos, é contra qualquer aliança com Merkel.

O líder do Jusos, Kevin Kühnert, também iniciou uma excursão pela Alemanha, esta semana, para buscar apoio para barrar a aprovação do pré-acordo, que será votado pelos 600 delegados do SPD num congresso extraordinário, no próximo domingo. Diante da crescente oposição interna, o resultado é incerto. As regionais de Berlim e da Saxônia-Anhalt já se manifestaram contra.

A ala esquerdista, representada na cúpula do SPD pelo vice-presidente Ralf Stegner, defende a inclusão de alguns projetos deixados de lado por Schulz no pré-acordo, como a elevação de tributos para altos salários e o fim do sistema de saúde dual, com planos públicos e privados.

CDU e CSU já aprovaram o acordo internamente e avisaram que não aceitam mudanças. Na negociação preliminar para a formação da nova coalizão, a CSU conseguiu impor restrições na política migratória do novo governo. O SPD, por sua vez, fez avançar um compromisso de estabilidade nas aposentadorias, obteve melhorias na ajuda às famílias e garantia de investimentos em educação e saúde.

MD/efe/lusa/dpa/rtr

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