Nova lei deixa aluguéis mais baratos em Berlim
15 de julho de 2015Uma nova lei que limita os valores dos aluguéis em Berlim, em vigor desde 1° de junho, já afetou o mercado imobiliário local. De acordo com o site Immobilienscout24, líder do setor na capital, os valores dos aluguéis caíram 3,1% somente no mês passado.
"Isso [a queda] é bastante incomum quando comparado ao desenvolvimento que se viu ao longo do último um ano e meio, quando os preços dos aluguéis subiram 0,3% por mês em Berlim", afirma Jan Hebecker, chefe do setor de dados e mercados da Immobilienscout24. "Esse parece ser o primeiro efeito da nova lei."
"Em outras grandes cidades, onde há pressão sobre o mercado imobiliário, mas não há supervisão, os valores continuam a aumentar", acrescenta Hebecker. Em Frankfurt, por exemplo, os aluguéis aumentaram 0,1% no mês passado.
Em Berlim, 47% da população vive em imóveis alugados. Em 2005, o valor médio por metro quadrado era de 5,50 euros. Somente no ano passado, o preço disparou para quase 9 euros por metro quadrado. Numa tentativa de limitar o custo de vida, a capital alemã tornou-se a primeira cidade do país a introduzir um teto para aluguéis a serem cobrados de novos inquilinos.
De acordo com a nova lei, chamada de Mietpreisbremse (freio do preço de aluguel, literalemente), os proprietários não podem cobrar mais de 10% acima de um valor médio por metro quadrado estabelecido por um organismo regulatório para cada distrito da cidade. A média de preço é determinada de acordo com dados coletados numa pesquisa realizada a cada dois anos. Proprietários ainda têm a possibilidade de aumentar o aluguel, mas agora devem fazê-lo de maneira mais gradual.
A Mietpreisbremse foi introduzida como parte da legislação existente que permite que as autoridades dos estados alemães monitorem áreas onde os aluguéis são muito altos. Hamburgo e Renânia do Norte-Vestfália também já implementaram a lei inaugurada em Berlim, e outros estados do país devem fazer o mesmo em breve.
Berlim já adotou uma série de medidas na tentativa de limitar o mercado imobiliário, monitorando regiões onde os preços sobem rapidamente e proibindo a conversão de áreas residenciais em bairros de luxo.