Novas explosões deixam ao menos 20 mortos em Cabul
3 de junho de 2017Ao menos 20 pessoas morreram e 119 ficaram feridas neste sábado (03/06) em Cabul após três explosões ocorridas perto do funeral de um dos mortos em confrontos entre as forças de segurança e manifestantes.
O protesto ocorrido na sexta-feira foi uma demonstração contra o sangrento atentado de quarta-feira, que deixou 90 mortos e 463 feridos. Quatro pessoas foram mortas, entre elas Salim Ezadyar, filho do vice-presidente da câmara alta do parlamento afegão, Alam Ezadyar.
O porta-voz do Ministério do Interior, Najib Danish, disse que três explosões foram ouvidas no cemitério neste sábado na área de Sra-e-Shamali, no oeste da capital afegã.
O chefe do Governo afegão, Abdullah Abdullah, e o ministro de Assuntos Exteriores, Salahuddin Rabbani, estavam entre os presentes no funeral, mas não ficaram feridos. O ministro de Saúde Pública do Afeganistão, Ferozuddin Feroz, sofreu lesões.
O presidente do Afeganistão, Ashraf Gani, declarou que o país está "sob ataque" e pediu calma. "O presidente Ashraf Gani condena o atroz atentado contra as pessoas que enterravam o morto. O país está sob ataque, devemos ser fortes e (permanecer) unidos", indicou o Palácio Presidencial no Twitter. Na mensagem, o dirigente pediu "unidade" aos afegãos para enfrentar os futuros desafios.
Protestos
O Talibã nega a autoria do atentado, que não foi reivindicada por nenhum grupo. Durante a manifestação de sexta, a polícia disparou tiros de arma de fogo para dispersar cerca de 500 manifestantes que se dirigiam ao palácio presidencial para exigir a demissão do governo.
O protesto ocorreu na sequência do ataque mais sangrento já ocorrido em solo afegão desde 2001. Um carro-bomba explodiu nas imediações da embaixada alemã em Cabul, numa área onde se encontra uma série de representações diplomáticas e edifícios do governo.
Em decorrência do atentado, o governo alemão anunciou que irá suspender temporariamente as deportações de afegãos que tiveram pedido de refúgio negado no país. Segundo a chanceler federal alemã, Angela Merkel, a suspensão será mantida até que o Ministério do Exterior alemão se certifique sobre as condições de segurança no país, o que não deve ocorrer antes de julho.
KG/efe/afp