1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Nove em cada dez pessoas respiram ar poluído, diz OMS

2 de maio de 2018

A cada ano, sete milhões de pessoas morrem por causas relacionadas à poluição do ar, que pode provocar doenças cardíacas e câncer de pulmão, por exemplo. Agência da ONU alerta governos e cidadãos.

https://p.dw.com/p/2x1nM
A imensa maioria da população mundial (92%) respira ar contaminado em níveis muito perigosos para a saúde, diz a OMSFoto: Reuters/C. McNaughton

Nove em cada dez pessoas no mundo respiram ar contaminado, o que provoca sete milhões de mortes anuais por causas relacionadas à poluição, informou nesta quarta-feira (02/05) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O mais dramático é que os números se estabilizaram. Que, apesar dos progressos conseguidos e dos esforços em andamento, a imensa maioria da população mundial, 92%, ainda respira ar contaminado em níveis muito perigosos para a saúde", denunciou a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, María Neira. "A poluição ambiental é o maior desafio para a saúde pública mundial."

Segundo a organização, os níveis de contaminação têm se mantido estáveis nos últimos seis anos, com pequenas melhorias na Europa e nas Américas. Para o relatório, a OMS examinou os dados de qualidade de ar em ambientes fechados e ao ar livre de mais de 4.300 cidades em 108 países.

Partículas de poeira no ar são um perigo para a saúde

De acordo com a agência sanitária da ONU, a poluição de partículas finas penetra profundamente nos pulmões e no sistema cardiovascular, causando doenças potencialmente mortais, como derrames cerebrais, ataques cardíacos, obstruções pulmonares e infecções respiratórias, incluindo pneumonia, que é uma das principais causas de morte de crianças abaixo de cinco anos de idade.

A OMS considera que a poluição é um fator de risco essencial em muitas doenças não transmissíveis, e está diretamente relacionada com 24% das mortes por doenças cardíacas; 25% das mortes por acidente vascular cerebral; 43% das mortes por obstrução das vias respiratórias; e 29% dos óbitos por câncer de pulmão.

Sete milhões de mortes por ano

No total, a OMS estima que sete milhões de pessoas morrem anualmente por causas diretamente relacionadas com a poluição externa ou interna. A poluição ambiental causou a morte de 4,2 milhões de pessoas em 2016, enquanto a poluição interior do lar esteve diretamente relacionada com 3,8 milhões. A soma dessas mortes é de 8 milhões, mas a OMS estima que um milhão delas tenham se devido à inalação de combustíveis para cozinhar, iluminar e aquecer.

"É por isso que grande parte da contaminação é sofrida por mulheres e crianças", especificou Heather Adair-Rohani, técnica da OMS. Cerca de três bilhões de pessoas ainda não têm acesso a fontes de energia limpa para cozinhar. "Apesar das evidências do perigo que representam, a mudança é muito lenta", salientou Adair-Rohani.

Elogio aos esforços da China

"Vimos uma intensificação do interesse político para reduzir os níveis de poluição nos países ricos. Esperamos ver um aumento similar dos esforços em todo o mundo", afirma Neira.

Nesse sentido, a diretora da OMS destacou como "muito positivo" o exemplo da China, que, embora tenha níveis de contaminação altíssimos, "tem se proposto a reduzi-los". Neira salientou que os nefastos efeitos da contaminação na população foram essenciais na decisão das autoridades chinesas de agir com determinação.

A especialista explicou que os dados com os quais a OMS editou o relatório provêm de informação oficial apresentada pelos países, dados de satélite e de modelos matemáticos. A agência da ONU pediu que todos os países, sem exceção, façam mais esforços para medir seus níveis de contaminação.

Por outro lado, Neira afirmou que não cabe apenas aos governos lutar contra a contaminação, mas também aos cidadãos, que devem "ser conscientes de que a poluição não é unicamente um problema para o planeta, mas também para sua saúde".

PV/efe/afp/dpa

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram